segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quem escreve o fim da história...

 Olha mamães, parece fácil, mas não é... Uma coisa que parece tão simples como economizar para comprar uma casa melhor, para eu e minha família termos mais conforto, na teoria é tão lindo e romântico, mas na prática é dolorido, dói mais que depilação, mais que cólica, mais que parto, mais que qualquer coisa...
 Meu casamento está uma droga, nós só brigamos o dia todo... Estamos abrindo mão do básico para sobrevivência de um casamento, diversão, saidinhas, passeios, liberdade, cortamos tudo em nome de um futuro não muito distante melhor.
 Está sendo tão dolorido, eu choro todo santo dia, o dia inteiro, tem horas que tenho vontade de mandar tudo a merda e desistir, virar hippie, sei lá... Fora o fato de que eu quis cuidar de meus filhos, achei que conseguiria trabalhar em casa e ter meu dinheiro, mas eles não deixam. Estou dura, endividada e com grandes planos para o futuro, mas o presente está inerte. Tem gente que acha que vida de dona de casa é comer, beber e dormir, que dona de casa é inútil, que não faz nada, que não temos direito de reclamar de nada, que temos que lavar, passar e cozinhar sorrindo todos os dias, não podemos reclamar de cansaço, porque afinal não trabalhamos fora... Tenho vontade de colocar meus filhos na creche o dia todo e voltar a trabalhar para ter meu dinheiro e minha liberdade de volta, mas não vou sacrificar meus filhos. Eu decidi ficar com eles, vou cuidar deles, nem que eu tenha que me sacrificar... Estou cansada de tanto stress...
 Não é difícil ser mãe, ser mãe é a melhor coisa do mundo, difícil é cuidar dos filhos, do marido e ainda da casa.
 Está difícil, fui morar sozinha e me sustentar aos 20 anos porque não aguentava minha família jogando na minha cara todos os dias que se eu quisesse continuar com a vidinha de patricinha que eu tinha eu tinha que dançar conforme a música deles e fazer somente o que eles queriam, mandei a merda e vim embora, que eu era muito nova e não estava aí para ser bonequinha de porcelana manipulada pela avó para ser perfeitinha...
 Estou vivendo tudo de novo, como um círculo vicioso, tenho tudo e não tenho nada, estou lavando, passando e cozinha, mas é temporário, para ter uma casa maior e mais confortável, para eu mesma e meus filhos, assim que eles irem para a escola eu volto a trabalhar, posso pegar firme na representação, mas o que estou pagando por isso é caro demais, não tenho um centavo, não tenho ninguém, não estou trabalhando porque tive filhos, ninguém me ajuda com nada, não ligo de fazer as coisas, apesar de detestar ser Amélia, são escolhas, é temporário, logo mais quando as coisas estiverem nos eixos poderei contratar uma ajudante.
 Eu sou apenar uma mulher, queria ser mais forte, menos dodói, menos sensível, ter menos sentimento, agir mais friamente, queria conseguir separar o que eu quero do que eu sinto, mas eu sou um ser humano, é tão difícil.
 Eu escolhi tudo isso, eu quis uma família, eu quis meu marido, eu quis meus filhos, eu quis ser mãe e dona de casa, eu quis experimentar a verdadeira maternidade, eu quis saber o que é cuidar de uma família, eu quis ser esposa, mas estou sofrendo...
 Não vou mudar em nada meus planos, estou focada no que eu quero e acredito que todo esse sofrimento está sendo causado pela espera, porque abrimos mão de diversão na nossa vida, chega final de semana fico caçando programas gratuitos para fazer e tudo que fazemos tem que ser pensado, calculado, aliás detesto meus finais de semana, é um inferno dentro de casa.
  Sei que tudo isso valerá a pena, porque às vezes me questiono, será que vai dar certo? Vai dar porque quem escreve minha história sou eu, eu que vou manter essa família unida ou levá-la ao buraco, suportando tudo com resiliência.
 Sei conduzir minha vida e sempre soube e todas às vezes que achei que não valia a pena alguma coisa na minha vida eu larguei mão, mas agora acredito que tudo valha a pena, acredito que os ânimos irão se acalmar depois dessa tempestade, acredito que conseguirei ser mais feliz e calma.
 O que tenho no momento é só confiança no futuro e em Deus, só Ele está me consolando agora porque acho que nunca fui tão infeliz na minha vida como sou agora, tirando toda a minha infância que eu apanhava todo dia da minha mãe, aguentava desaforo da minha avó e a completa negligência do meu pai.
 Acho que é uma fase, por causa da minha escolha de mudar de vida. Tudo isso vai valer a pena, tenho certeza, pois estou ficando mais forte e uma pessoa melhor.
 Aprendi a economizar, aprendi a priorizar o que é realmente importante na minha vida, aprendi que minha família é o que tenho de mais precioso. Vou passar por tudo isso, mesmo chorando todos os dias o dia inteiro, uma hora isso vai passar, vai melhorar, porque daqui a pouco vai ficar mais fácil, vai ser mais folgado, vou ter que me ocupar com outras coisas, vamos voltar a sair, não vamos ter que apertar tanto o cinto e o apartamento vai ser concreto, vou ter espaço para fazer minhas coisas dentro de casa, não terei mais que empurrar móveis para lá e para cá o dia inteiro para poder deixar a casa em ordem.
 Agora economizamos, apertamos o cinto, mas ainda estamos na caixa de fósforos, faço tudo sozinha, é tudo muito difícil, não temos as coisas concretas e palpáveis, ainda não terminou.
 De tudo isso estou nascendo de novo, estou me transformando, esse desafio dos 365 dias está sendo ótimo pois estou vendo tudo que é supérfluo e desnecessário e que vou cortar para sempre da vida, assim como o que é básico para a sobrevivência, que eu cortando o que não presta, vou poder ter.
 Quem escreve minha história sou eu e dessa vez estou fazendo tudo diferente, não tem adivinhação. O que será amanhã? Amanhã será consequência do que eu fizer hoje.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

É complicado...

 Depois de tudo que aconteceu consegui pagar todos os cheques devolvidos ao credor... Nisso começou outra saga... O credor me devolver os cheques para eu levar ao banco e limpar meu nome no Serasa... Na hora que liguei para o credor e avisei que queria acertar ele imprimiu os boletos com os valores dos cheques em questão de cinco minutos e mandou no meu e-mail, boletos pagos, começou a via sacra...
 Pois é mamães consumistas, olha eu amo meu Brasil mais que tudo nesse mundo, não sou desse time que adora meter o pau, dizer que o Brasil é atrasado, isso ou aquilo, que não tinha que ter copa e tudo mais, inclusive acho um absurdo esse negócio de todo achar que os brasileiros são obrigados a falar inglês para receber os estrangeiros Acho que os estrangeiros que tinham que se esforçar e trazer um dicionário e tentar falar português, porque afinal de contas, quando nós vamos para fora do Brasil temos que falar inglês....  Temos que falar aqui e lá, muita injustiça... Enfim, amo o Brasil, mas que aqui é tudo muito devagar e muito difícil isso é...
 Pagamos todos os cheques em maio, legal, liguei na empresa terceirizada responsável por fazer esse serviço e eles me alegam que ainda não podiam mandar os cheques pois estavam no caixa do credor, mesmo eu tendo pago todos os boletos... Liguei no credor e ele dizendo que os cheques estavam com a terceirizada, pois se eu tinha pago para eles estava com eles e eu tinha que esperar, retorno na terceirizada e diz que está esperando... olha.... nisso se passou 15 dias gentem...
 E não devolveram os cheques, chegou 15 dias, liguei lá, implorei, me fiz de vítima, disse que ia ter que morar na rua por causa deles, que se eles não me devolvessem o cheque logo eu não teria onde morar (isso é mentira pois nosso ap já está quitado, só queremos um maior, mas tem que rolar um drama), e tive que ir lá buscar os cheques. Ainda bem que fui, pois acreditam que eles iam me mandar errado? Cheguei, a atendente com a maior cara feia, como sendo um absurdo eu ir lá buscar meus cheques que eu paguei, me entregou e adivinha? Faltando um, falei, moça, está faltando esse... Ela me chama supervisora, que veio com a maior cara de poucos amigos, me dizendo que era mentira minha, que eu estava errada, que não estava faltando nada, falei, moça, falta esse.... Ela vai e procura e achou... Se eu não tivesse ido lá o que demorou 15 dias ia para mais de um mês, pois ela iam me mandar os cheques somente na outra semana, ia vir errado e nisso até elam mandarem o outro ia mais 15 dias, eu nem teria limpado meu nome ainda...
 Intimei a terceirizada e disse, gente, eu sei que errei em deixar voltar os cheques, mas agora já paguei tudo porque preciso limpar meu nome, só quero limpar meu nome pois preciso de nome limpo para ter crédito...
 Não é um absurdo a gente pagar e ter que se humilhar e implorar para poder ter nosso nome limpo... Por isso tem que pensar 20 vezes antes de soltar um cheque no achômetro novamente, pois olha... que trabalho que dá para limpar.... 
 Paga o credor, espera os cheques voltarem, leva ao banco, nisso espera mais 3 dias úteis (teve um monte de feriado e jogo do Brasil), nesse meio tempo atrasou em 3 semanas o andamento do financiamento... 
 Fora os custos né?? Cada cheque custa quase 60 reais para tirar o nome do ccf...
Cheguei ao banco e a gerente não queria recebê-los, estava muito ocupada para lançar os cheques, eu com os bebês de colo, a pé e ela queria que eu voltasse no outro dia... Pode????
 Falei, não moça, eu paguei, estão aqui, por favor, recebe eles para mim, estou com crianças, a pé e a senhora quer que eu volte outro dia??? Eu quero limpar meu nome. Não entendo, parece que os bancos não se importam que a gente suje o nome, use cheque especial, cartão, atrase, na hora que queremos deixar tudo certinho é uma dificuldade para limpar...
 O que todos os economistas falam é verdade, a gente se acha muito esperta usando todo o tipo de crédito do mundo, acha que está sendo mais esperta que o banco, mas a verdade é que o banco gosta de ver isso e não quer que limpe coisa nenhuma, o negócio deles é cobrar juros em cima de juros de quem acha que é legal se endividar...
 Sei que agora que tudo passou é vida nova mamães consumistas, dessa vez aprendi a lição, chega de vergonheira buscando cheque, devolvendo, passando vergonha com gerente de banco, transtorno, nome sujo... Nunca mais quero isso para mim...
 Afinal quem escreve a minha história sou eu...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Dona da Casa.

Até agora está tudo bem com meu desafio de 365 dias sem compras. Estamos somente no 13° dia do detox de compras, ainda estou abaladíssima com o que aconteceu, ainda não assinamos o financiamento, então ainda estou fervendo. Está facinho.
 Mesmo assim já tenho aventuras nesses dias. Estou cozinhando direto para não gastar comendo fora, que era um dos meus males, sempre foi, desde sempre, adoro restaurantes, adoro comer fora, experimentar comidas diferentes, exóticas e até uma baita feijoada quando é boa.
 Estou inventando mil receitas, fazendo as coisas que já sabia e tentando aprender novas, na verdade eu comecei a cozinhar a dois anos atrás quando decidimos trocar de apartamento, mas daquele jeito, fazia um dia, comia fora dois, e assim vai, agora que o bicho pegou, tenho que fazer comida sempre. Eu até gosto de cozinhar, mas não sei direito, ninguém nunca me ensinou e sou meio atrapalhada, então quando comecei a cozinhar e um monte de coisa dava errado, eu desanimava, porque tive que jogar tanta comida fora... Não é frescurite gente, é que não dava para comer mesmo, mas estou aprendendo que a prática leva a perfeição e estou melhorando bem. Arroz eu não acerto um, então estou comprando os de saquinho que sempre dá certo, tanto o integral para mim e as crianças, quanto o branco para o marido.
 Só que é fogo né mamães? Fico o dia todo cortando carne, temperando, congelando cozinhando e quando acho que acabou tem aquela montanha de louça, o chão da cozinha imundo, as crianças gritando bem na hora que estou fazendo comida, parece que elas tem um radar de gritar no momento que temos que fazer alguma coisa. Tem horas que eu canso e desanimo e penso, não era isso que eu queria para mim, não foi com isso que sonhei quando era solteira e conheci meu príncipe. Sempre fui muito livre e sempre disse, "Eu nunca vou fazer comida", "Eu não vou me casar para lavar cueca", "Eu não vou ficar fazendo faxina em casa, se um dia eu casar marido que pague faxineira que eu não vou fazer nada!", e por aí vai...
 Caiu na cara, como sempre tudo na minha vida. Acho que tenho trauma pela infância e adolescência que minha mãe me obrigava a fazer tudo em casa, eu que fazia a faxina, a louça, cuidava dos meus irmãos, limpava banheiro, e ainda não podia estudar porque de vez em quando ela inventava que precisava de dinheiro, me tirava da escola particular que meu pai pagava e me colocava para trabalhar com 13, 14 anos e eu nunca vi um centavo desse dinheiro, porque ela comia tudo. E não éramos pobres, já expliquei em outro post, mas repito, meu pai tem grana e sempre nos deu de tudo, casa, comida, minha mãe só tinha que nos dar roupa lavada, mas nem isso ela teve a capacidade, ela me escravizava para fazer o que tinha que ser obrigação dela, peguei ódio por serviços domésticos e sempre disse que quando eu morasse sozinha ou casasse nunca ia fazer nada...
 Só que a realidade não é essa, a vida real não é bem assim, tem casa para cuidar, filhos que precisam de atenção e a última coisa que quero é ser igual minha mãe que nos deixava passar fome porque comia nossa pensão e tinha preguiça de fazer comida para nós, Deusolivre fazer isso com meus filhos...Eu até tive faxineira nos primeiros 3 anos com meu marido, mas depois que engravidei e tive os filhos, não parou mais nenhuma faxineira aqui e como a intenção é comprar uma casa maior, resolvi ficar sem mesmo para economizar esse dinheiro, está valendo a pena, mas eu estou sobrecarregada. Tenho que fazer tudo sozinha, tudo, tem horas que me sinto muito cansada.
 O problema foi que eu fiquei sem faxineira para economizar, mas em compensação comecei a gastar horrores de dinheiro com roupas né, fiquei sobrecarregada e descontava comprando para me sentir um pouco menos infeliz, com a desculpa de que o que eu gastava com faxineira posso comprar roupas e comer fora, mas o que eu gastei passava mil vezes do que eu gastava com faxineira.
 Sei que quando eu era solteira e trabalhava eu sempre dizia que nunca ia parar de trabalhar, que meu negócio não era ficar em casa fazendo comida e cuidando de filho, que eu nasci para ser executiva, já escutei de amigas que eu nasci para ser madame, kkkkk, bem que eu gostaria, mas...
 Eu realmente não preciso trabalhar fora nunca mais na minha vida, não por causa de dinheiro, quem sabe por realização pessoal, mas a casa, meu marido, meus filhos e o fato de eu ser completamente sozinha aqui na capital me podam bastante. Eu gosto e escolhi ficar com meus filhos, acredito que eles precisam de mim e eu também preciso ficar com eles, pois eu queria ter uma família e queria ter a oportunidade de tentar ser uma mãe melhor para meus filhos que minha mãe foi para mim, eu queria ter a prova de que podia fazer melhor. Não estou me saindo tão bem como eu queria, gastando horrores, só reclamo de tudo, estou infeliz com a minha vida atual, mas estou tentando...
 Esse detox vai ser bom por isso, tenho que parar de escapar da realidade e parar de ficar com o que me ilude, aprender a ser feliz com minha família, com o que tenho, acredito que esse dias sem consumo vão me ensinar muitas coisas.
 Já estão ensinando que eu odeio serviço doméstico, detesto mais que dor de dente, é fogo. De fazer comida e lavar roupa eu gosto, mas o resto é tudo por obrigação, mas como já me disseram, a vida não é só comer, beber e dormir...
 Tenho amigas que me falam, eu não vou casar para lavar cueca de homem, eu digo para elas, por isso que não casasses ainda amiga, não existe casar e não lavar cueca, a casa é sua, o marido é seu, os filhos são seus,  és a Dona da Casa, quem tem que fazer és tu, senão sua casa via virar o que? Vais chamar tua sogra para fazer teu serviço? Não né...
 Dou risada, porque eu também era assim, dizia que nunca ia fazer comida por obrigação, somente por prazer, porque eu realmente curto fazer algumas coisas de vez em quando, pois é, esquece o fato de fazer por prazer, porque quando você tem que fazer comida todo santo dia é para abalar qualquer estrutura.
 Pensei que a vida de casada is ser outra, mas a realidade é essa. Você tem que servir, tem que ser a dona da casa, tem que lavar, limpar, cozinhar, trocar fralda, aturar desaforo, não gastar muito, no momento não podemos gastar nada, antes saíamos 4, 5 vezes por semana, agora saímos somente em programas gratuitos.  Na vida de casada é tudo muito sério, muito responsável, sem graça, sem divertimento, estou nessa porque acredito que tudo isso não é em vão, pois estamos fazendo tudo isso, tendo essa vida medíocre para conseguir algo maior, podíamos ter continuado nos divertindo, comendo fora, gastando, comprando coisas, mas aí não estaríamos com um apartamento melhor que nossos sonhos comprado.
 A vida é assim, cada escolha uma renúncia como dizia nosso querido Chorão. Acredito que essa sensação ruim vai passar, porque me sinto péssima, penso, virei uma dona de casa medíocre e sem graça, sempre me achei a última bolacha do pacote, ultimamente o que me faz me sentir melhor são as roupas, e agora terei que melhorar a auto estima de outra forma. Esse detox será bom por isso, pois roupa não define ninguém e sim dinheiro no banco, acho que depois desse detox vou pegar prazer na minha vida doméstica, me sentir menos dona de casa e mais madame...Só que transformação dói e essa não está e não será fácil...