segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Quando voltarei a dormir.

 Ando bebendo feito um gambá, não sei se para amenizar a dor de minha alma, se é para amortecer o cansaço eterno que sinto, se para apagar e conseguir dormir uma noite apenas.
 Hoje, como é domingo, decidi tomar uma taça de vinho no almoço e nada mais, amanhã é segunda, rotina de café da manhã, almoço, lancheira, leva filha para a escola, ballet, meu rpg, queria estar disposta, mas são duas da manhã, já é segunda e ainda não dormi. Minha filha que coloquei na cama às 21, 21:10, 21;20,21;30 dormiu, quando deu meia noite começou a tossir e não parou até agora, já limpei nariz, passei vick, dei descongestionante, tem que esperar passar.
 Parece que existe um revezamento entre ela e meu marido para ver quem não vai me deixar dormir. Ele ronca, chuta, se vira a noite toda, ela tosse desde que começou a escola, ou vai para nossa cama e me dá várias bofetadas dormindo, acordo toda dolorida,porque tenho que dormir no cantinho da cama, quando estou disposta levo ela para a cama dela,o que acarreta em seis ou sete vezes levando, berreiro sem fim,  explicações sem fim. Levantou novamente agora as duas e vinte, levei de volta para a cama, ela abriu um berreiro sem fim, dei uns gritos,ela continua chorando, não sei mais como lidar com isso, ela não me obedece e abre o berreiro toda vez que ouve um não. Sério gente, estou surtada. Ela chora tanto que chega a vomitar.
 Que vida é essa, levanta, lava, passa, cozinha, lava, cozinha,lava, limpa, limpa bunda, manda marido baixar a televisão mais de 50 vezes por dia todos os dias, final de semana é multiplicado por 10, odeio domingos, fala mais de cinquenta vezes por minuto para filho que não pode comer chocolate todo dia.
  Mãe dá, mãe pega, mãe tira, mãe quero,olha pra mim, olha pra mim, olha pra mim (20 vezes por minuto, 24 hs por dia) E vc tira, vc dá, vc pega, vc olha, vc responde aos porquês. Estou exaurida. Vejo que o tempo passa e eu continuo reclamando e o trabalho está cada dia mais intenso e eu cada vez mais cansada, tenho vontade de fugir todos os dias.
 Sei que é fase e que vai passar, mas eu queria saber em que momento foi que acreditei que isso era legal e que eu seria feliz, quando vai chegar esse dia?
 Fico pensando numa grande amiga que tenho, que mora numa comunidade, que tem um filho que nasceu com espinha bífida e vai depender dela o resto da vida. Ela faz o tratamento dele todo pela pública. Como ela consegue ter tanta força? Ela desabafa comigo,diz que não aguenta mais. Toda vez que a giripoca pia em casa e penso em fugir lembro dela com essa vida tão sofrida e eu aqui, reclamando e também não aguento, sendo que não tenho um por cento do trabalho dela.
 São duas e meia, parece que o silêncio está reinando,vamos lá, tentar dormir, vamos ver se vão deixar... Amanhã é outro dia, quer dizer, hoje.

sábado, 6 de agosto de 2016

Por falar em carro...

 Sempre fui contra ter dois carros em casa,pois acho um convite ao consumismo e acho uma ostentação, tentamos nesse ano nos virar com um carro só.
 Vida de mãe é exaustiva, leva filha no colégio, busca, vai atrás de material, livros, comida para casa, pediatra, médicos meus,tratamentos, de busão não dá. Fiquei quatro anos andando de busão com minha filha, pois eu não trabalho fora e minha filha não estava na escola, não tenho compromisso de horário para cumprir, dá para se virar sem carro. Ficava com o carro de vez em nunca e aproveitava para passear.
 Meu marido achava que era muito fácil eu andar de busão com a pequena, ele nunca sentiu na pele o que era isso. Nesse ano eu determinei, você vai trabalhar a pé, afinal de contas compramos nosso apartamentos a quatro quarteirões da empresa dele e quando fosse viajar a empresa tem uma frota de carros para isso.
 Ele não aguentou o tranco,pois é, mulheres sempre suportam mais, apesar da nossa aparente fragilidade somos mais fortes.
 Depois de muito mal humor e chiliques dele, ele decidiu me dar um carro. Falei que qualquer um, só não ia levar a menina na escola de ônibus de maneira alguma.
 Ele ficou uns dez dias cotando carros, procurando, fez isso agora nas férias de julho enquanto eu estava visitando minha família no interior de outro estado.
 Qual a conclusão, o mais barato é um carro zero quando precisa financiar. Deixa eu explicar, o carro usado quando financiado sai o preço de um zero, enquanto um zero você compra sem entrada, ou uma entrada ridícula e no financiamento o preço não sobe muito, podendo inclusive pagar duas ou três no mesmo mês e acabar de pagar bem antes.
 Exemplo: optamos pelo carro zero mais barato do mercado agora, o MOBI, ele é uma gracinha,bem carro de mãezinha mesmo, na cor branca, saiu R$35000,00, com apenas trava nas portas e os vidros dianteiros elétricos, se quiser, direção, ar, etc... sobe para R$45000,00, mas como a intenção agora é ganhar dinheiro, optamos pelo mais desnudo. A manun
 Um usado de R$10000,00 sairia mais de R$40000,00 financiado.
 Estou estranhando muito a direção, pois nosso outro carro tem direção hidráulica, alarme, câmbio automático. Estou morrendo de dor no meu ombro direito, acostumar com coisa boa é fácil, difícil é pegar o ruim de novo, hahahaha.
 Meu marido está mais calminho, vai poder viajar à serviço com o carro dele, sem depender da boa vontade da liberação dos carros, isso deixa ele irritado. Ele vai ganhar dinheiro com o carro, paga fácil o nosso novo e quem sabe me deixa menos estressada. Em dois anos ou menos damos ele de entrada num mais caprichado. Colocamos nossa vida financeira em dia e quem sabe o casamento melhore.
E uma coisa não tenham dúvida, o cheiro de carro zero compensa tudo... 

Continuação

 Continuo mal humorada e pessimista, minha conta sempre zerada, não aguento mais essa pobreza, mas serão mais uns dois anos assim até abater um bom valor do financiamento e prestação abaixar.
 Não dou conta do serviço de casa e continuo sem ajudante pois não posso bancar uma.
 Para melhorar, além da doença celíaca descobri que o que tenho é fibromialgia, que pode ter vindo em consequência dos anos a fio consumindo glúten sem saber da minha patologia, mas meu ortopedista fala que não, foi da violência e negligência que sofri na infância. Maldita infância, tive um péssimo pai, quer dizer, não tive pai e uma péssima mãe e quem se fodeu na vida adulta fui eu. Eu que desenvolvo doenças emocionais e tenho que me tratar. Acupuntura, rpg, muito exercício físico para liberar endorfina para meu cérebro e glúten nunca mais, quem sabe em uns dois anos ou três ou cinco estarei curada, ou nunca também.
 É bem complicado, a maioria das pessoas tem raiva de outras, eu tenho raiva dos meus pais, preciso superar se quiser viver uma vida plena, mas como?
 Continuo sem tempo para nada. Achei que com minha filha na escola faria milhões de coisas, mas é tão corrido... De manhã prepara café da manhã, almoço, lancheira, lição de casa, sim, com 4 anos ela já tem lição de casa, leva para a escola, faz alguma coisa à tarde. busca na escola, janta, banho, isso porque "não trabalho", como muitas pessoas gostam de falar, mulher que larga tudo para cuidar dos filhos trabalha sim e muito, só não trabalha fora, mas criança não se cria sozinha, alguém tem que cuidar,quando a mãe precisa trabalhar fora, alguém precisa ficar no lugar dela,  mamadeira, põe para dormir, acorda mais de de vezes na madrugada, pois é, não sei o que aconteceu, mas ela inventou de ir para nossa cama todas as noites... Estou tão cansada, tão nervosa e irritada, nem passiflora de 600mg está adiantando, deve ser a fibromialgia, quem sabe quando eu sarar meu humor melhore.
 A parte boa, eu adoro essa rotina de levar na escola, ver os trabalhinhos, conversar com outras mães que também largaram tudo para cuidar dos filhos, não me sinto tão et assim. Adoro as apresentações, ela fez uma de ballet em junho, chorei litros e mais litros.
 Agora tenho um carro, fiquei com o carro do meu marido durante o primeiro semestre, ele acha que está perdendo dinheiro nas viagens e não suporta depender do carro da empresa, melhor custo benefício foi me comprar um carro, por incrível que pareça, vamos ganhar com isso. Tomara que isso melhore o humor dele, que anda insuportável.
 Vivendo e aprendendo, continuo na luta, continuo achando que família é na alegria, tristeza, riqueza e pobreza.
 Beijos minha lindas!