quarta-feira, 22 de julho de 2015

Cancelei meu plano odontológico.

A empresa que meu marido trabalha oferece convênio odontológico, como estávamos economizando para comprar o apartamento e dentista particular é milzinho a cada sentadinha, resolvi testar.  Sempre ouvi falar muito mal de convênio odontológico, mas devido a minha tentativa de desapego ao consumismo, pensei comigo, vou deixar de frescura e testar.
 Uma das minha melhores amigas e também minha comadre de casamento é também dentista e me atende desde sempre. Começou a brigar comigo porque eu não aparecia lá desde o casamento e eu disse, não tenho como comadre, sem dinheiro. Vou começar a passar com o convênio do marido. Ela ficou muito brava comigo, falou, lá é uma droga, usam material de quinta e não fazem nada direito. Falei, fazem tudo sim, você deveria ficar feliz porque eu não preciso gastar dinheiro com isso. Vou testar porque é de graça, é pela empresa.
 A sina começou para marcar consulta, só atende de segunda a sexta em horário comercial. Tenho filhos e não tenho como ir no dentista com eles. Fiquei marcando e remarcando até conseguir um dia que meu marido tivesse chego de viagem para ir junto e nos revezarmos em ir e cuidar das crianças. Consegui o dia. Dentista arrumou duas restaurações minhas, saí de lá feliz porque me atendeu rápido. Encantada. No outro dia acordo, olho a restauração e adivinhem só? Furadíssima!!!!!!!! Sim, me mato tentando reagendar um dia que meu marido fica com as crianças e eu voltar lá, fora dois sisos que ainda não tirei e o fato de eu precisar de uma plaquinha para meu bruxismo e meu marido também. Reagendei, cheguei lá a mulher já me olhou com cara de cú!
 Falei, olha, está furado, ela, nossa, é seu bruxismo. Arruma por favor. A vaca furou meu dente sem anestesia e eu dizendo para ela, está doendo, está doendo! Ela dizia, aqui é convênio, aqui é convênio, fica quieta senão eles não me pagam. E puxava minha boca tentando colocar o negócio de raio x, e dizia, aqui é convênio. Eu falava, senhora, você está machucando minha boca e ela me repuxava e me repuxava, fica quieta senão eles não me pagam! Sei que minha boca ficou toda roxa por dentro e ela dizendo que não era nada. Pedi para ela a plaquinha e ela dizendo, depois a gente vê. Saí do consultório com ela me empurrando para fora que estava com pressa para atender o próximo paciente, tipo carne de gado.
 "Consertou" a tal restauração e fez uma nova no outro lado. Cheguei em casa e dormi, outro dia olhei e a restauração furada de novo, fui comer um pão sem glúten e a nova restauração eu engoli.
 Pensei, pensei, pensei, o tempo passou e fiquei tentando reagendar um dia para voltar lá pois tenho que fazer minha placa e cheguei lá com restaurações antigas e agora estou com 3 dentes furados!
 Não consegui reagendar, mudamos de apartamento e falei, quer saber? Foda-se, é saúde!!!!!! Mandei meu marido cancelar a Odontoprev, não quero saber dessa merda nunca mais. Não sou carne de gado para ser tratada desse jeito. Ir no dentista já é ruim, ainda ser tratada assim, como se tivesse fazendo favor. Falei com minha comadre  e ainda falei, pode falar comadre, pode falar que você me avisou! Ela disse, não vou dizer nada.
 Sei que precisei economizar, já comprei o apartamento, minha filha está grande e meu marido pode ficar no sábado com ela durante meu tratamento, vou cuidar de mim. Estou com nojo da minha própria boca, tentei economizar, mas com saúde não se economiza. Vou pagar no dinheiro, custa uma grana, mas vale a pena. Dentista tem que ser particular para ficar bem feito. Não é frescura. Até pedi para minha comadre não se assustar com o estado deplorável da minha boca, mas ela vai cuidar bem de mim!
 Saúde é algo que não economiza. Fui economizar e vou acabar gastando o triplo para consertar a bosta que a dentista de convênio fez comigo. Fora o trauma psicológico.

Na hora de me cuidar.

 Pela terceira vez esse ano caí de cama. Fiquei adoentada, três vezes em menos de seis meses... Isso nunca tinha acontecido comigo. Meu corpo está pedindo arrego, não estou aguentando mais a pressão.
 Sinal de stop, de para tudo mulher que estás se matando. Essa semana que passou chegaram mais alguns móveis, estão vindo aos poucos e finalmente vindo. Foi aquela correria, acorda cedo, faz café, lanche, almoço, café da tarde, janta, louça em todos os momentos, cuidar das crianças, limpar a sujeira da obra, guardar o que é possível, um vinho a noite para relaxar, um frio do caramba, stress que falta dinheiro, revolta porque marido não me entende, não vê meu cansaço, crianças não respeitam, relembrando o quanto meu pai é um idiota, cansaço pois faço tudo sozinha, compras, comida, limpa louça e atura desaforo porque tem explicar para o marido que eu até planto sálvia, hortelã e manjericão, mas arroz, feijão, milho, leite, pão, farinha de arroz, açúcar, ainda não... precisa de dinheiro para ir ao mercado e que apesar de que temos que pagar apartamento e mobiliário, ainda temos que comer e se não nos alimentarmos não vai adiantar nada ter apartamento chique porque estaremos mortos. Não vai ser o mercado básico que vai mudar nossa vida. Sério mães, estou de saco cheio de ter que fazer esse discurso desde que tive filhos. Estou cheia de explicar a mesma coisa todo mês. Além de comprar, carregar as sacolas nos ombros com os filhos nos braços, ter que cozinhar, limpar a louça da comida, inventar, ser criativa, ainda tenho que explicar que para comer tem que comprar comida. Não aguento mais!!!! Não aguento mais. Já tentei desistir de falar, mas sabem o que acontece? Ele me deixa sem um real e me aparece com pão e mortadela e manda eu comer. Não como nem pão e nem mortadela. Não por nada, adoro mortadela, mas tenho alergia ao trigo. E não dá para comer tapioca todos os dias, enjoa.
 Bom, estou tão de saco cheio de tudo, estou tão cansada, estou tão deprimida que adivinhem? Tchan tchan tchan, fiquei doente. Chega. Não mereço isso.
 Desisti disso meninas. Cansei. Depois dessa eu vi, não sou super mulher, super heroína. Essa mulher que nos pintaram, nos impuseram, ela não existe. Não posso fazer tudo sozinha.
 Estou pagando minha grande língua como sempre. Essa mãe perfeita que eu era antes de ser mãe não existe. Não tenho como cuidar dos filhos, fazer comida, cuidar da casa, do marido, de eu mesma, estar sempre linda e maquiada com a saúde em dia sozinha sem enlouquecer.
 Teve dias da última semana que pensei que estava louca, sou mais forte que isso, mas a cabeça prega peças em nós. A minha está a milhão. Com vontade de fugir, de largar tudo, mas com a consciência da minha responsabilidade. Fugir não é uma opção, aí me vem os espíritos de porco e só sabem dar um conselho: bota na creche! Que mané bota na creche!!!!!! Me explica como eu faria essa mudança se meus filhos já estivessem na creche que supostamente seria para me ajudar???? Eu teria que sair correndo como saí durante dois meses, troco a roupa, saio do apartamento pequeno, venho para para o novo receber os pedreiros, encanadores, marceneiros, pintores, etc.... com as crianças a tiracolo e malas de rodinhas pois não tenho carro, tomava café aqui com as crias, pois não tinha um real para tomar café na padaria, arrumo as crias e levo para a creche para voltar aqui e arrumar o que precisa e depois vou buscá-las na chuva do que? Guarda chuva? Não tenho carro!!! Que mané creche. Mas estou me contradizendo, pois estou querendo dizer que não podemos julgar outras mães e falando assim eu estou julgando outras mães.
 Penso que se fosse para gastar dinheiro com alguma coisa seria com uma ajudante e um carro. Disso eu preciso, uma ajudante para os afazeres domésticos, assim eu poderia dar atenção aos meus filhos sem sentir cula orque a casa está uma bagunça, a pia está cheia de louça do café e eu tenho que fazer o almoço. De um carro para poder almoçar em paz com eles e sair para passear sem pegar busão lotado e com gente que desrespeita completamente uma mãe com filho e mochila.
 Sei que não posso mais com tudo sozinha. Creche serve para quem já tem as outras coisas, eu não tenho. Não posso mais! A partir do próximo mês vou chamar alguém para me ajudar pelo menos uma vez por semana. Carro será somente a partir do próximo ano, até lá tenho que continuar com o rabo sossegado em casa e relaxar.
 Preciso aceitar, preciso relaxar e saber que não, não posso ir ao dentista, não posso ir onde quero, queria fazer um milhão de passeios com as crianças, já faço vários, mas agora nessa fase não estou conseguindo e tenho que me sentir tranquila com isso. Me cobro demais, não gosto de ficar trancada em casa, isso está me angustiando, mas me cobro demais, acabei de mudar, esperei 2 anos por isso, porque não consigo aceitar que é um momento de ficar em casa e me sentir tranquila com isso. Estou irriquieta, meu espírito é assim, não me conformo com o que não está bom, quero fazer alguma coisa para mudar, não espero acontecer, mas se tem algo que toda essa espera tem me ensinado é que tem momentos que só resta esperar ou enlouquecer tentando mudar algo que não está ao meu alcance.
 Quando eu decidi engravidar eu não tinha carro, tinha uma faxineira  e não tinha condições de ter uma babá e achei que daria conta de tudo sozinha, Eu quis fazer tudo sozinha, eu achei que conseguiria. Pois bem, 3 anos depois a conclusão é que não, não consigo. Toda mulher e mãe precisa de ajuda, não tem como fazer tudo sozinha e ser perfeita!
 Eu era contra babás, não me conformava com terceirização, mas digo hoje em dia que uma babá de vez em quando não ia mal. Não sou a favor das mães que nunca ficam com os filhos e levam babá até ao shopping. Só que de vez em quando olha, eu bem que queria ter dormido uma única noite nesses 3 anos. Não aguento mais acordar todas as noites. Digo que queria ter dormido até tarde junto com meu marido, nunca mais acordamos juntos. Ele chegou a brigar comigo por isso, como se a culpa fosse minha. Temos crianças, enquanto um acorda o outro descansa, pois os dois levantando alguém fica doente, assim como eu fiquei pela terceira vez esse ano. E eu preciso cair de cama para ele ver que eu realmente preciso de um tempo às vezes. e para eu mesma ver...
 Sinto falta de nós dois, como éramos, do namoro. Sim mamães, finalmente eu percebo que não é egoísmo sentir falta de namorar meu marido. Eu achava inadmissível isso, sou mãe, a mulher tem que dar um tempo, mas eu sou mulher e sou apaixonada pelo meu marido e sinto falta da nossa intimidade, esse negócio de só namorar na hora de deitar e em silêncio é muito chato e sem graça.
 Estou sendo alertada e está na hora de prestar atenção. Julguei tanto, até mesmo minha própria mãe, preguiçosa, cansada, mal humorada, infeliz, amargurada, e é assim que eu ando. Não quero ser isso, não quero isso para mim. Pé no freio. Não dou conta de tudo.
 A partir dessa semana mudei, não me estresso mais, não odeio mais minha vida, só agradecer. O tempo está passando, os dias correndo e eu só esperando o dia que será melhor. Não será nunca mais, filho é uma tatuagem na testa, impossível se desvincular, é para sempre e meus dias serão sempre assim até eles crescerem.
 Só vou me cobrar menos, me culpar menos, não posso querer ser perfeita, não posso querer fazer o almoço, a janta, o cafezinho, com a casa limpinha e cheirosa e eu e meus filhos impecáveis, isso não existe nem em conto de fadas!!!! A Cinderela fazia tudo e se vestia com trapos.
 Vou me cobrar menos e me preocupar menos com o que dizem ou acham, incluindo meu marido. Faço o que posso e na hora que dá, acabou. Não vou para num sanatório, pois é isso que vai acontecer se eu continuar estressada o dia todo tentando fazer as coisas cuidando de filhos e a noite me culpando tomando vinho. Fora outros problemas que posso arrumar para mim, como o alcoolismo. Só o vinho anda me reconfortando e isso está errado.
 Minhas unhas estão um lixo à séculos, já faz 3 anos que não vou à manicure, estava fazendo em casa, mas já faz seis meses que não faço direito. Vou começar a arrumar um tempo e ir, não consigo fazer em casa sozinha sempre. Impossível! Lógico que o fato de morar em dois apartamentos durante dois meses, arrumação daqui e etc.. também contribuiu, pode ser que agora que meu quarto de vestir está está quase pronto eu consiga voltar a me cuidar melhor.
 E estou me cobrando menos, chega de cobrança, chega de culpa. Não sou perfeita, pensei que seria, mas não sou, preciso perdoar minha mãe, apesar dos absurdos que ela cometeu, muita coisa entendo agora...
 Sei que no final das contas só importa eu eles, minha família, a que formei por vontade própria, meu marido e meus filhos. Eu preciso estar bem. Não quero mais me sentir perto da morte. Pensei que ia morrer, essa sensação que tive no domingo, depois de uma semana sem dormir, tanto que segunda acordei doente.
 Estou mórbida, eu sei, mas é assim que andava me sentindo. Vou me cobrar menos, dane-se o que acham e falam. Não posso com tudo, o tempo vai passar e eu não vou mais chorar! Chega de chorar todos os dias por não me conformar com minha vida. Minha vida é essa, mas agora já comprei meu apartamento, meus filhos estão um pouco maiores, meu marido pode ficar com eles para eu ir no dentista no sábado, fazer uma unha, cuidar de mim ou eu simplesmente dormir. Está na hora de cuidar de mim, pois se eu não me cuidar, ninguém fará isso por mim.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Tenho uma sapateira!!!!


Finalmente me entregaram minha sapateira, pensa numa mulher feliz com seus sapatinhos organizadas. Fiz essa que cabe no espaço que tenho no momento no meu quarto de troca, quase closet. Coube 30 pares meus e 8 do meu marido.
 Sei que qualquer dessas it girls que ver essa sapateira vai dar risada, pois 30 pares para muitos mulheres não é nada. Inclusive para mim...
 Pois é, como estou montando minha casa nova e fiz os móveis sob medida conforme o espaço que tenho. Eu queria uma sapateira para 60 pares, até terei espaço, ali, onde é o espelho, ele sairá dali e posso fazer mais um móvel igual a esse ao lado, mas nesse momento não quero gastar dinheiro com closet, pois um closet completinho, bacana custa no mínimo 10 mil reais e não tenho a intenção de gastar esse dinheiro agora, pois vou quebrar paredes, abrir janelas aqui e modificar um pouco a planta, então fiz esse varão que vocês vêem as roupas penduradas e a sapateira que é móvel, se eu mudar o projeto, aproveito esse móvel em outro lugar.
 No dia que conversei com o marceneiro, ele disse, olha dona, posso fazer assim e assim, nessa medida, cabe esse tanto de sapatos e o que passar disso, sinceramente, a senhora doa, mas não arruma mais espaço para colocar.
 Pensei e falei é verdade, durante minha mudança estou fazendo uma limpa em tudo que tenho, fiquei com 30 pares e diminuindo. 10 pares estão estragados, precisando de conserto, fui cotar e cheguei a conclusão que é melhor me livrar deles, pois foram todos sapatos bem baratos, comprados em promoção e comprar um Schutz fofo que amo depois. 
 Esse primeiro sairia R$30 reais o conserto e o sapateiro falou que não ficaria bom, que eu não poderia usar para dirigir, para isso e para aquilo, ou seja, não adianta arrumar para não usar, porque eu uso mesmo!!! Um outro ali eu paguei R$20 reais, é da Beira Rio e o conserto sairia R$30...  Decidi sumir com esses, pois vai sair mais caro eu fazer um móvel para eles do que me livrar, já que já estão bem velhinhos e estragados e depois compro um novo mais lindo. Fora as sapatilhas, que não fotografei, esqueci. Não consigo usar sapatilhas, eu tentei de todos os jeitos, comprei vários modelinhos para ver se eu me entendia com alguma, mas não teve uma que deu certo, todas machucam horrivelmente meus pés, doem minhas costas e não servem para andar, porque eu ando muuito. Doei pelo menos umas 10 para a campanha do agasalho, estavam em bom estado ainda e eu paguei barato. No tempo que eu estava meio enlouquecida com compras, adquiri várias para ver se alguma se adequava a minha vida de mãe, nenhuma deu certo, mas ainda bem que comprei todas em promoção. 
 Enfim, o tamanho da minha sapateira está adequado ao estilo de vida que estou levando no momento, um momento de desintoxicação do consumismo, de mudança de atitudes, de repensar meus valores. Dos sapatos que decidi ficar contei 8 scarpins pretos. Para que alguém precisa de 8 scarpins pretos, sério? Todos de uma vez? Acho que vou doar 2 ali, pois já não estou mais usando, mas quem sabe alguém os use e aprecie. 
 O tamanho da minha sapateira é ridícula para quem gosta de ostentação e consumismo. Para quem acha que ter coisas é que faz alguém feliz, ela é muito pequena, mas estou na fase de lutar e abrir mão de muita coisa para conseguir mobiliar minha casa, que consegui comprar por causa da nossa economia, por eu ter aberto mão de ser consumista. Uma mãe consumista que conseguiu economizar pensando em coisas maiores.
 Não vou mais ficar comprando sapatos igual uma alucinada, até porque para isso tenho que comprar dos mais baratos. Vou me livrar de vários, e quando comprar vai ser o que eu quer. Parei com esse negócio de quantidades. É tão imposto para nós que temos que estar sempre com um sapato diferente, tem que ter vários pares, nunca repetir roupa que eu me perdi nesse mundo. Não tem que acumular coisa nenhuma. Usa, fica, não usa, desapega.
 Pode-se vender as coisas, eu não vendo pois acho que Deus é tão bom, sou tão abençoada que não tenho porque vender o que me sobra, percebo que sempre recebo em dobro, mesmo não sendo essa minha intenção.
 Continuo na prática do desapego. Minha casa é bem maior que a outra, mas também não tem espaço para ter 100 pares de sapato, a questão não é nem de comprar, pois comprar, se compra, sapato é muito mais fácil e barato do que uma casa, né?
 Só acho que não tem necessidade de eu ficar estocando coisas que não uso continuamente. E olha, sapato caro dura muito mais. Esses mais baratos realmente a estrutura não dura muito, você anda, usa um pouco, daqui a pouco está molenga, não tem que ter dó de passar para frente.
 Me livrando do que me pesa, sou uma mãe consumista que parou de tentar esconomizar faz tempo e agora está economizando.












segunda-feira, 13 de julho de 2015

E o sofá?

Pois é meninas, um sofá virou um texto sobre economia. Rs. Eu trouxe meu sofá antigo, até porque eu adoro ele, mas sabem, tenho filhos pequenos e eles destruíram meu sofá. Estava mega hiper ultra super sujo e manchado, trouxe para cá, coloquei na varanda do apartamento, lavei com omo, água e escova, deixei limpinho e cheiroso e depois de dois dias minha filha rasgou ele inteiro! Fiquei mega contente! Vocês imaginam!
 Minha intenção no começo era reformar com o tapeceiro, chamei ele aqui para ver quanto sairia para trocar a espuma e a capa para ver se compensava eu reformar ou comprar um novo.
 A reforma ficou em R$1500,00, o sofá é grande, a estrutura é boa, valeria a pena trocar se fosse para comprar um do mesmo tamanho.  Acontece que aqui a sala é muito maior e tem mais espaço. Quero colocar um mega sofá confortável, retrátil, com apoio e tudo mais.
 Eu e marido conversamos, fizemos as contas e decidimos que sai mais barato comprar um novo mesmo e doar esse. Fomos numa loja de sofás, que inclusive tem ao lado de casa, isso, tem tudo do lado da minha casa, já perceberam? Sou muito abençoada.
 Foi uma tragi comédia na loja, como sempre, tudo que vamos ver para comprar vira tragédia misturada com comédia.
 Meu marido já vai no preço, eu vou no que gosto, que é útil e bonito. Gostei de um sofá exatamente como eu imaginava, com chaise long, poltrona retrátil, puff, encosto no próprio sofá. Olhei todos os sofás da loja, sem ver o preço, queria ver o que eu preciso, e fiquei hipnotizada nesse. Marido já começou a querer cortar o sofá, diminuir não sei o que, tirar não sei mais o que, tipo, desenhar um novo, hahahaha, e me apresentou o genérico do sofá, falei, genérico eu não quero. Existem dois tipos de retrátil, um aéreo e um que é no chão, o aéreo para quem tem criança não dá, vai durar dois dias. Lógico que ele queria porque era mais barato.
  Diálogo que não esqueço: Ele para a vendedora: "Moça, esse é o sofá mais caro da loja né?" Vendedora: "Sim!" Ele para o além: "Po, é lógico que tinha ser o mais caro, rrrrrrrrr (resmungos tipo Taz que não sei como descrever)" Eu para ele: "Benzinho, compramos o apartamento mais caro do bairro e você quer colocar que sofá lá dentro?????"
 Penso assim, se é para comprar um sofá novo para meu apartamento novo, quero O SOFÁ! Não é futilidade, é a minha casa, o meu conforto, o meu bem estar. É eu poder ficar na sala junto com ele e meus filhos, nossa tranquilidade, nossa união. Do jeito que está agora não conseguimos ficar juntos, a sala aumentou, temos espaço para um sofá bacana, porque não? Para economizar? Não, não, aqui não é o caso, economizo na quantidade de sapatos, nos almoços e jantares fora, mas na minha linda casinha nova tenho que investir, não é o caso de gastar com o mais caro, o caso de ser o que eu quero do jeito que eu quero e às vezes coisa boa é um pouco mais cara.
 E essa loja não tem grife, não é de marca, é uma fábrica de sofás, tem alguns modelos, eles fazem sob medida, que encaixa certinho no seu espaço e o preço na verdade é metade de qualquer outra loja que tenha pronto. E é muito melhor, não é esses de loja de comércio popular, a qualidade é muito superior.
 A aula de economia do final de semana é essa. Mesmo em casa, marido e mulher tem mesmo que discutir a respeito do que vai fazer em casa, conversar e chegar a um consenso.
 Tem barato que sai caro, tem caro que sai barato. No nosso caso, temos uma casa nova que precisa de coisas novas, quando for comprar o sofá, vou comprar o que eu quero. Para reformar e depois comprar outro, que temos que comprar, vamos gastar o dinheiro da reforma à toa.
 Outra, esse sofá pode comprar e começar a pagar somente daqui a 90 dias, mas à vista tem mais de R$2000,00 de desconto. Vamos guardar e comprar à vista, pois com 2 mil dá para comprar puff para o closet, cadeira para a neném e tapete ainda por cima.
 Sei que no final das contas eu gostei tanto do sofá que até mudei meu projeto da sala por causa dele. Vou colocar minha tv na outra parede, que eu no começo não queria, pois é a parede do corredor, mas vou colocar para o sofá formar um U, vou subir minha estante para ficar acima do sofá, quando ficar tudo pronto posto fotos.
 Estou feliz, transformando minha casinha num lar delicioso e aconchegante.


sábado, 11 de julho de 2015

Minha penitência é agradecer...

 Ando tão mau humorada, tão brava, tão sem paciência, tão nervosa e cansada que essa semana que passou fui me confessar. Aproveitei que fui na reunião da Pastoral do idoso na qual sou voluntária e pedi para o padre para me confessar. Confessei que fiz o propósito na quaresma de não comer carne por 40 dias para conseguir ter força espiritual, mas acabei comendo carne um dia, sem querer, saí para almoçar com meu marido e filhos, ele pediu um bifão para nós dois, trinquei o bifão, quando cheguei à noite em casa lembrei do propósito, mas foi o único deslize e foi sem queer, bom o padre deu risada, significa que está tudo certo... hahahaha
 Só que o real motivo da confissão foi dizer para ele (o padre é um canal com Deus, assim entendo eu), que eu não estou gostando de tudo isso. A igreja católica valoriza e presa muito a família, a família é uma benção de Deus e eles lutam muito pela instituição família, pregam que ser mãe e pai é uma vocação e rezam para nós termos essa vocação e as mantermos.
 Falei para ele o quanto estava descontente, que estou muito sem paciência, que é muito difícil, que é um trabalho muito árduo e exige demais do meu físico e emocional. Estou chateada.
 "Tudo que é bonito de ser construído é difícil minha filha. Eles (apontando para meus filhos que estavam se espirulitando na igreja) são uma plantinha que você cuida e rega todos os dias, o resultado da sua dedicação só aparecerá lá frente. Sei que está difícil, mas pense que muitos queriam ter o que você tem, uma FAMÍLIA, você está construindo uma família, vocês tem uma casa própria, tudo que é bonito é difícil."
  Pois é, e ele tem razão, nada vem de graça na vida, tudo exige trabalho, dedicação e esforço. Muitos queriam ter minha vida, tudo bem que ninguém quer passar o que passo. Sei que sou egoísta de reclamar, eu tenho tudo, tenho uma casa, uma família, um marido que mesmo eu reclamando que é um chato, é meu marido, ele se casou comigo, estamos construindo nossa vida juntos. Ele me aguenta, desse jeito, resmungona, mal humorada, me vê exatamente do jeito que sou. Ele sabe quem eu sou mais do que ninguém e convive comigo e ainda me ama. Como assim?
 Toda boa obra é difícil de se construir.
 Qual minha penitência padre?
 "Sua penitência minha filha, é agradecer, agradeça sua vida, sua família, sua casa própria."
 Estou tentando pagar minha penitência, na hora que o padre mandou eu dei risada, porque na verdade achei que ele ia me mandar rezar 500 aves marias e 950 pais nosso. Hahahahahaha.
 De boa mamães, rezar ave maria e pai nosso é fácil demais, agradecer realmente é difícil.
 Costumo ir bastante à igreja rezaer, à missa vou pouco, mas gosto de ir durante a semana à tarde rezar, acender uma vela, conversar com Deus e escutá-lo.
 Fui essa semana e já entrei querendo pedir, pedir, pedir, pedir, pedir, Deus, me dá paciência, me dá força, me dá ânimo, me dá, me dá, me dá...
 Falei, não, tenho que pagar minha penitência. Obrigada Senhor por... Apesar... Bão, ops, obrigada, obrigada, obrigada por tudo.
 É difícil meninas, muito difícil, mas fiquei dois anos indo à igreja chorar e pedir paciência, preciso no mínimo de dois anos agradecendo.
 Agradecer, é uma penitência mesmo...



sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sim, sou contra a redução da maioridade penal, sabe porque?

 Porque eu já fui jovem um dia, porque eu tenho filhos, porque eu sou mãe e penso em todas mães do mundo, porque a partir do momento que virei mãe todas as crianças viraram meus filhos.
 Sim, um jovem de 16 anos é uma criança sim! Eu era uma criança com 16 anos, achava que seria o próximo papa dos computadores e decidi fazer faculdade de ciências da computação aos 16 anos anos. Pois é, eu achava que seria a nerd da informática só porque eu tinha feito um m curso de fácil e lótus numa escola de informática e quando entrei na faculdade vi que o mundo não era desse jeito.
 Um ser humano de 16 anos não tem discernimento das coisas, mesmo que pense que tem. Ele precisa de orientação. A orientação nessa idade vem de quem? Dos pais, do colégio, do estado, do governo, mas não dele mesmo. Apesar dele pensar que vem dele não vem. Um ser humano de 16 anos é uma criança ainda precisando de orientação.
 Não sou a favor da maioridade penal reduzida porque para  mim  alguém com 16 anos não tem como decidir por si só.
 Ainda é uma criança, tá bom, não é uma criança, mas é uma adolescente precisando de alguma orientação. Se comete um crime ou faz alguma coisa muito ruim como matar ou estuprar alguém é porque não teve orientação em casa. Não quero nem falar da mãe porque toda mãe paga a língua, mas devido a todo o sistema de educação. Não tem nada a ver com o governo atual, pois isso vem de anos.
 Muitas mães são obrigadas a sair cedo e deixar os filhos com o vento porque precisam trabalhar para sustentar a prole e não tem como dar atenção que um filho precisa, ele é criado nas ruas, vendo todo o mundo sujo do jeito que é e não podem ter condições de ver outro mundo.
 Tem crianças que são obrigadas a fazer maldades em nome dos pais, dos tios, de alguém que se propôs a cuidar delas, mas infelizmente essas crianças não tiveram algum tipo de pessoa boa para os orientar.
 Só sei que crianças precisam de cuidados, de carinho, de orientação e não de alguém que os coloque numa prisão, muitas nem sabem o que  estão fazendo, fazem por fazer, por estarem acostumadas ao crime, a maldade, ao roubo, ao crime, elas nem sabem que isso é errado, elas sabem que aquilo é o que conhecem.
 Penso nos meus filhos, sobrinhos, filhos de amigos, nos seus filhos. Sério, a redução da maioridade penal vai afetar todos nós. Porque o povo pensa que a redução da maioridade penal é para os outros, não povo!!!!!!! Não é, é para todos nós, nossos filhos, de todos nós, rico, pobre, favelado, estuda em escola bilíngue, enfim, afeta todos nós!!!!!! Ou vocês acham que "pivete", "marginal", "sem vergonha" será somente para o filho dos outros???????????????????????
 Com 16 anos minha filha poderá chegar bêbada em casa e falar, eu já posso ser presa, então posso beber, posso dirigir, já me responsabilizo pelos meus atos, então eu faço o que quiser.
 Sério, eu queria ter tido isso com 16 anos, mas hoje em dia eu vejo a merda que eu teria feito. Com 16 anos eu teria ido embora de casa. O que seria de mim? Não sei...
  Esta todo mundo preso no que alguns impuseram sobre a redução da maioridade, como se fossem o filho dos outros, o marginalzinho, o pivete, o sem vergonha, o sem teto e uma infinidade de adjetivos obsoletos nesse momentos. Esse pivete, sem vergonha pode ser seu filho, seu sobrinho, filho do seu melhor amigo de infância, ou eu e você quando éramos adolescentes.
 Sei que querem votar pelos meninos que estupraram algumas meninas, mas lá estava um maldito adulto que os induziu a isso. Ele que tivesse sido adulto e aí dado porrada em todo mundo e mandado parar, mas não, dizem que ele que mandou fazerem a putaria para ele se safar porque era adulto.
 Pois é, nós os adultos, os pais que temos que nos responsabilizar, a culpa é nossa, quando uma criança estupra e mata a outra a culpa é nossa e só nossa. Nosso exemplo que conta.
 Não adianta mandar criança para a cadeia. Criança, sim, com 16 anos são crianças, independente de achar não são ou que algum ser de outro planeta acha que não são, são crianças, não adianta mandar para a cadeia.
 Crianças tem que ser educadas, estruturadas, orientadas, amadas e compreendidas.
 Se a criança com mais de 16 e menos de 18 te roubou, te estuprou ou te matou é porque faltou um adulto para orientar o caminho de bem para ela.
 Não quero um mundo pior para minha filha. Pensou ela chegar para mim com 16 anos e falar que bebe o quanto quer, comprar cigarros, dar e dirigir  e dizer, eu posso ser presa, então posso fazer o que quiser?
 É o fim dos tempos mesmo! Adultos que não conseguiram educar as crianças querendo colocar a culpa nelas da falta de incompetência deles nas crianças!!!!!