sábado, 8 de junho de 2013

Compras pela internet

 Muitos acham e defendem a idéia de que comprar pela internet é uma armadilha, eu já não acho. Acho que podemos usar as compras pela internet como aliada.
 Amo comprar pela internet. Primeiro porque podemos fuçar e selecionar tudo que bem entender sem ter vendedores do lado: "Tudo bem moça, ficou ótimo em você, leva hoje sim, blablabla". Lógico que tem dias que é ótimo ser paparicada pelas vendedoras, mas eu gosto de pesquisar, olhar, fuçar, comparar antes de comprar qualquer coisa e nas lojas não dá para fazer muto isso pois as vendedoras chamam esse tipo de pessoa de caroço (sei porque já fui vendedora de loja de roupa durante seis meses, aprendi muito).
 Mesmo eu sendo louca e estourando cartão e cheque especial e um monte de falta de organização, ainda assim eu tenho a noção de comprar mais barato, pegar as liquidações, ver quando o preço baixa e tudo mais que uma boa consumista sabe fazer.
 Por isso nós, as mães consumistas podemos aprender a usar a internet a nosso favor. Seleciono tudo que eu gosto, coloco no carrinho, vejo quanto sai a pancada final, quantas vezes dá para fazer (isso sim é armadilha, mas aí que está...), sei que não posso parcelar mais nada porque a intenção é um closet inteiro no meu apartamento novo, depois eu encho de roupas e jogar o valor a vista ou parcelado na santa planilha. 
 Quando coloco na planilha já vem ela me falando: "Tu estás louca maninha!!! Não tem como comprar, não estás vendo que não tem mais como parcelar nada que seu orçamento está estourado até outubro???".
  Fora que na internet dá para comparar o mesmo produto em vários sites diferentes e escolher o mais barato, só não caiam na armadilha de comprar em sites que não reconhecidos ou não passam credibilidade, pois é melhor pagar 10 pila mais caro num site do que pagar barato em outro e nunca receber a mercadoria.  Compro sempre em sites que tem lojas físicas conhecidas, pois mesmo que der problema eu sei que um dia vou receber ou minha mercadoria ou meu dinheiro de volta.
 Outra coisa que amo comprar na internet é poder aproveitar as promoções, como falei do vestidinho by Gregory, estava R$450,00 uma fortuna para mim e a maioria das mães consumistas, deixei salvo na lista de desejos do site e no carrinho, sempre olhando, quando baixou eu vi que baixou e aí pude pagar R$170,00 nele.
 Aconselho as compras pela internet e amo.
 Depois volto com mais.

XoXo

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cartão de crédito

 Aqui estou eu toda cheia das planilhas, dos planos, da abdicação, abro a correspondência e o que chega? Um cartão de crédito lindo, com uma carta me dizendo que eu sou uma excelente pagadora (quem diria, kkkk) e que estão de oferecendo um cartão de crédito para me ajudar com as finanças.
 Minha cabecinha de mãe consumidora já fez milhões de planos. Posso comprar aquelas roupitchas da Farfetch em 12 x sem juros, posso comprar aqueles vestidinhos da Gregory, posso, posso, posso....
 Parece que quando colocamos um foco na vida aparece de tudo para te tirar do foco, é incrível!!
 Cartão de crédito, pois é... mais uma oportunidade que o banco está me dando para fazer as coisas direito uma vez na vida. Usar com responsabilidade e colocar na planilha, porque o cartão uma hora vence e uma hora tem que pagá-lo e pelas minhas contas só posso começar a pensar em pagar alguma coisa em outubro mesmo...

Os números falam

Estávamos eu e maridão conversando sobre as economias e ele chegou a uma conclusão, " Os números falam".
Vou explicar porque.
 Nós queremos um apartamento maior pois o nosso está pequeno para nós dois e as crianças. Resolvemos apertar o cinto, a fivela, o cadarço do tênis e tudo mais que vocês imaginam para  conseguir trocar nosso apertamento por um apartamento.
 A mais ou menos um ano atrás eu comprei um caderninho caixa desses que se compra na livraria por 5 pila e comecei a anotar tudo, absolutamente tudo que nós gastávamos nesse caderninho, cafezinho, estacionamento de shopping, pão, é uma fórmula antiga e mágica, ninguém mais faz, mas é muito eficiente.
Comecei a ficar impressionada com o quanto de dinheiro se gasta com bobagens. Muitas vezes eu deixava de fazer alguma coisa porque não tinha dinheiro, ou achava que não tinha e nesse caderninho comecei a ver que dava para direcionar melhor o dinheiro e muitas vezes deixar de fazer coisas que eu nem queria tanto assim para investir em algo que eu desejasse mais.
Por exemplo, eu queria ir num restaurante bem falado e tal que a conta ia dar em torno de uns R$200,00, não ia porque é caro e não "podia" gastar, somando meus cafezinhos e shoppings e almoço do dia a dia vi que eu podia ir ate mais vezes no de R$200,00 que era mais legal e durante a semana almoçar mais em casa por exemplo. Tudo questão de escolhas. E quem me falou isso? Os números.
 De uns meses para cá fiquei mais sofisticada e aprendi a usar o tal do Excel e ver que ele pode fazer maravilhas por nós.
 Comecei a planilhar e planilhar e jogar tudo na planilha, vi vários modelos de planilhas prontas, mas eu me perdia todinha, era muito complicado e resolvi criar minha planilha pessoal. Aprendi a jogar o que ganhamos e ir abatendo o que gastamos, é impressionante que ela começou falar.
 Fiz uma programação de 1 ano para frente, até junho de 2014, para ver o quanto ganhamos, o quanto precisamos gastar no mercado para ter tudo dentro de casa, inclusive comecei a fazer algo que nunca fiz na minha vida que foi economizar no mercado, trocar algumas marcas por algumas mais baratas, mas que não perdiam na qualidade, comecei a fazer açougue no próprio açougue que sai mais barato que comprar carne no mercado e também comecei a comprar tudo no mercado, porque eu comprava menos, comçava a faltar as coisas eu ia no sacolão ao lado de casa e repunha, mas no sacolão tem coisas que são quase o dobro do que custa no mercado, então vale a pena investir no mercado e deixar tudo em casa do que ficar repondo no sacolão depois, muita economia, olha aí os números falando de novo.
 Com esses números descobri que dentro de um ano podemos quitar nosso apertamento e comprar o apartamento, é só economizar, não precisa cair nada do céu e nem ganhar na loto.
 Esses números que começaram a me falar que eu podia comprar quantos vestidos eu quisesse, mas na hora certa, que eu posso trocar de casa, comprar vestidos, comer bem, tudo questão de organização.
 Esses números que falam comigo todos os dias me dizendo: " Você está louca neném, não podes comprar essa blusa antes de pagar a porcaria do sapato que comprasses a 2 meses no cheque pré, e deixa de ser besta e guarda esse dinheiro e compra a blusa, o sapato e o vestido à vista porque sempre tem 5% de desconto e nessas economias sobra um dinheirinho para comprar mais.
Para vocês terem uma idéia, somente com essas planilhas no excel eu consegui fazer nós trocarmos de carro. Nosso carro já estava com 3 anos, tinha uma batidinha na porta, já estava meio barulhento, realmente estava na hora de trocar, mas com a falta de organização achávamos que não dava, foi só ajustar aqui e ali e não é que deu? Se que carro todo mundo compra, mas nós demos o nosso de entrada e fizemos as parcelas sem juros e ainda conseguimos aquele tal cambio i-motion de brinde, tudo questão de programação e de saber exatamente o que posso fazer.
 Eu tinha muito medo dos números, sempre preferia ficar no acho que dá. Ah tenho R$100,00, dá para fazer isso e aquilo e aquilo e eu era tão desligada que não via que dinheiro não dá cria, pelo contrário, ele só diminui.
 Vejo uma negócio que quero ai já vem o diabo atentando, olha, dá para fazer em 6x sem juros, que legal, nisso eu jogo na planilha e vejo que esses 6 meses vão até dezembro e que não dá para fazer porque julho e agosto minha renda para vestidos (separei as contas de casa e tudo mais e separei uma parte que é a que posso gastar com coisas para a mamãe consumista aqui, porque todo mundo precisa se vestir) já está toda comprometida, isso significa que eu não posso comprar em 6x sem juros.
 O negócio é se planejar bem e sempre ver o que os números falam para nós.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cremes

Tenho que publicar já!!! Meu creminho noturno para o rosto estava indisponível para compra a mais ou menos um mês, pois recebi um e-mail da farmácia avisando que ele está disponível e eu já estou toda me coçando para comprar, mas tem um detalhe: Eu não tenho dinheiro para pagá-lo!!! Estou me coçando, tendo brotuejas para comprar, mas como que eu vou pagar, se eu passar cheque pré, uma hora o cheque vai cair e vou ter que pagar, se eu colocar no cartão no dia 20 já desconta esse valor direto da conta, mas acontece que dia 20 eu já estou toda comprometida com meu salário pois tenho que pagar uma parcela da Gisele Intimates (pois é, comprei R$600,00 de lingerie em 6x, parece que não acabo nunca mais de pagar, que bobagem que é parcelar...), então não tem jeito de comprar o creme.
 E à vista também não dá...
 Socorro!! Respira, respira, respira...

Compras, compras, compras!!!

 Estou enlouquecendo!!! Eu quero um vestido, quero uma calça, quero outro vestido, quero uma saia e agora então... tudo está em liquidação, tudo baixando de preço e eu pirando na batatinha.
 Pois é, sabe o vestido da Gregory de R$450,00? Baixou para R$170,00!!! Lógico que tive que comprar, fui obrigada, lá fui eu a bonitona se achando a madame! Tão madame que comprei um vestido de apenas R$170,00 em 3x no cartão de crédito, porque não tenho um centavo no banco porque já gastei todo o meu dinheiro até outubro.
 Pois é isso mesmo, comecei a fazer planilhas e mais planilhas e elas estão me deixando louca porque estou colocando o pé na realidade e a realidade não é muito legal...
 Entendam, não sou uma coitada que não pode comprar roupa, porque eu posso comprar de 2 a  vestidos todo mês se eu quiser.
 Eu sou é uma descabeçada e mulherzinha que gasta tudo o dinheiro que tem e não tem antes de ter e não ter, pois é...
 Olha eu, agora que estou aqui escrevendo, a Derma Doctor me mandou um e-mail que meu creme noturno está disponível e acreditem ou não, estou achando que posso comprá-lo, fazendo mil contas na minha cabeça achando que vai dar para comprar, mas não dá, porque eu não tenho dinheiro!!!!
 O dinheiro que vou receber amanhã (santo dia 5 de todo mês) já está comprometido para pagar meu creme que comprei mês passado (cheque 30 dias, sendo que eu não tinha o dinheiro e não sei de onde eu achei que ia aparecer esse mês, do além, será?), para pagar vestido que comprei na loja aqui perto de casa que eu amo (também cheque pré, passo o cheque e acho que ela não vai cair, mas ele cai né?).
Tipo eu tenho um problema, eu sempre jogo as coisas para a frente, não é que eu não posso comprar roupas e cremes, porque eu posso, só eu que me enrolo! Sempre faço de tudo para jogar para a frente, não resisto a um parcelamento, que coisa horrorosa né?
 Tudo que eu posso jogar para a frente para pagar depois eu jogo, não sei o que acontece, vejo as coisas, quero comprar, sei que não posso, porque eu não tenho dinheiro porque eu tenho que pagar coisas que comprei anteriormente, vou lá e vejo a oportunidade de parcelar, eba!!! Parece que um calorão me consome, minhas mãos ficam geladas, coração acelera e me sinto a super mulher!! Depois chego, olho o banco, vejo que não tem nem um centavo, porque o que tem é para pagar contas, fico deprimida e parece que a felicidade de comprar aquilo não adiantou nada.
 Comprar me da prazer, mas é muito imediato e ele passa logo, porque eu tenho que ficar pensando em como pagar os cheques.
Melhorei muito, depois que comecei a planilhar tudo, pelo menos estou tendo um pé na realidade, antes eu voava alto e pensava que eu podia mais que eu posso realmente.
 Poder eu posso, só tenho que fazer na hora certa, isso é tão difícil!!! Eu não consigo guardar dinheiro, eu gasto tudo e gasto antes de ter, esse é o problema.
 Fora que eu não honrava com meus compromissos, sabia que tinha tal blusa para pagar, mas eu pegava o dinheiro na mão e ao invés de pagar aquela blusa eu ia e comprava um vestido com o mesmo dinheiro e comprava mais um junto e jogava para a frente. O que acontecia? A blusa ficava para tráz acumulada com o segundo vestido e na hora de pagar a blusa com o vestido eu ia e comprava um creme para depois pagar o que eu já estava devendo e aí já viu...
Pelo menos consegui falar tudo isso no passado, já é uma grande coisa.
 Sei que fui na loja perto de casa que amo e vi uma saia lápis linda cor creme baratíssima, só R$110,00, mas aí eu não ia levar porque não queria mais passar cheques, porque eu tenho cheques pré com essa loja até agosto, a moça da loja que é uma fofa falou assim, não faz assim, vou fazer contigo o que faço com as clientes que são clientes mesmo como você, abre uma conta aqui e vai pagando conforme dá, não se preocupe, você pode comprar sempre, mesmo que esteja devendo e vai pagando conforme pode.
 Pra que né? Lá estou eu devendo para a loja, está tudo tranquilo, vou poder pagar normal, só que até setembro, outubro, com certeza virá outras coisas que quero, utras novidades e eu tenho que pagar todas essas antigas e fico me coçando com as novas, oh aflição.
 Para piorar a Gregory colocou vários vestidos lindos em promoção, sei que coloquei eles na lista de desejos, 4 vestidos vão sair R$400,00, não é nada é de graça e eu estou me coçando aqui para comprar os benditos parcelados, estou vendo como faço para comprar.
 Tinha que ser tão simples, eu guardar esse dinheiro e comprá-los a vista, mas é tão difícil para mim!!!
 Tenho muita vontade de comprar, sonho com os vestidos e a única coisa que tenho que fazer é parar de comprar por uns meses e guardar e depois comprar a vista, não consigo parar esse tempo, que horror...
 Pelo menos eu parei de sair, isso já consegui, não estou saindo com as amiguinhas para almoçar e jantar fora, porque cada almocinho com "azamiga" é R$100,00 para o beleléu...
 E a Farfetch??? Oh tentação, tem um vestdo e uma saia da MOB que estou secando a semanas!!! será uma compra de R$1000,00 qe eu poderia pagar e poderia comprar se eu não fosse tão desastrada e comprometesse todo meu dinheiro antes.
É fogo, eu quero muita coisa e meu bolso não corresponde a todos os meus desejos.
Preciso seguir minha planilha de gastos, nela eu sei que não posso comprar nadinha de nada e mais nada até outubro, somente em outubro estarei zerada para comprar o que quiser à vista, será que consigo.
Acho que tive uma boa idéia, vou publicar todos os dias como está sendo me segurar, um dia de cada vez, igual um alcoólatra, cada dia será uma vitória.
 Bora publicar todo dia, toda vez que eu me coçar com alguma coisa vou publicar aqui para ver se mata a vontade de alguma forma!

XOXO



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Vazio interior...

 Olha, está difícil, tenho vontade de comprar as coisas, vejo um vestido na Gregory, que estou fissurada e eu até sonho com o bendito!!! Só que ele custa R$500,00, normal, um vestido da Gregory, plissadinho, lindo!!! Não posso comprar, sabe porque? Porque já comprometi meus próximos 3 salários pelo menos fazendo parcelados, que coisa horrorosa... Não é porque eu não posso pagar R$500,00 num vestido, porque eu posso, mas como eu faço questão de comprometer todo meu dinheiro antes de receber... Não posso.
 Enfim, o que eu queria dizer era que estou começando a entender a psicóloga, que fala que essa minha ânsia de ter as coisas, de possuir, de comprar, essa voracidade, como diz ela (acho a palavra horrível e forte, mas não deixa de ser verdade), ela diz vir de um vazio dentro de mim que tenho desde a minha tenra infância e acabo descontando fazendo alguma coisa exagerada, tem gente que come, tem gente que bebe, tem gente que se droga, eu faço compras e me enrolo no cheque especial... Melhor né, porque comida engorda, bebida e droga vicia, pelo menos compras eu só passo vergonha quando volta algum cheque, que diga-se de passagem, estou de parabéns, pois já vai para 3 meses que não volta um cheque meu (sei que é ridículo falar isso, mas como tenho um sério problema para me controlar, está sendo um evolução).
 Estou começando a entender e ver esse meu vazio. Eu sinto raiva, eu sinto ódio, eu sinto realmente um vazio, não é que a Doutora tem razão?
 Sinto muita raiva sabe? Estava lembrando do meu casamento, um dos dois dias mais felizes da minha vida (o outro foi o dia que meu bebê nasceu), meu pai veio no meu casamento, fez o papel de pai, me levou ao altar, etc... Até aí o que é que tem né? Pois é, pior que tem...
 Meu pai nunca participou e nunca quis participar da minha vida, nunca foi à um encontro na escola, nem na homenagem de dia dos pais que fazíamos, nunca foi à uma formatura, nunca foi nos meu aniversários, nem no de 15, que é onde a moça dança uma valsa com o pai.
Pois é, ele veio no meu casamento, e sabe o que é pior, ele e a mulher querem confetes por isso. Grande coisa que ele veio ao meu casamento, não fez mais que a obrigação sabe? Só que tratam como se tivesse sido o feito do ano!!! Do século!!!
 Sinto raiva dele e da ausência que ele teve na minha vida, sinto raiva dele porque ele nunca aceitou o fato de eu ser uma moça, deixa eu explicar.
 Eu era uma moça, gostava de sair como todas as outras, tinha amigos e amigas como todo mundo, resolvi sair da cidade pequena e ir morar na capital, trabalhar, ganhar meu dinheiro, crescer como todo mundo.
E meu pai só sabia me criticar, hoje em dia eu "presto" para ele, porque sou casada, tenho filhos, só que antigamente era só crítica em cima de crítica.
Para ele eu sempre fui muito nova ou muito velha para qualquer coisa na vida. Tenho uma irmã mais nova que amo de paixão, hoje em dia ela está fazendo exatamente as mesmas coisas que eu fazia na idade dela e ele diz que ela é moça e tem que aproveitar a vida.
 E eu era o que afinal de contas? Porque eu sair e fazer as mesmas coisas que ela faz hoje em dia era uma absurdo? Sei que eu morei com ele um tempo, na época que eu fazia faculdade, entenderam, faculdade e sabe como era minha vida? Casa, faculdade de manhã, casa ao meio dia e não podia sair para mais nada, a não ser para acompanhá-lo no mercado, era o único lugar que eu podia ir, isso que já tinha dezoito anos e ficavam me enchendo o saco, no caso minha madrasta, porque eu não brincava com a minha irmã mais nova, sendo que eu tinha 18 e ela tinha 8, uma moça de 18 anos não quer brincar com uma criança de 8, certo? Hoje em dia somos grandes amigas, mas onde já se viu minha madrasta ficar metendo o pau em mim porque eu não brincava com ela, queria que eu ficasse de babá para ela, morei com eles uns 4, 5 meses e foi um inferno, porque nem programa de tv que eu gostava eu podia assistir. Não podia escutar as músicas que gostava porque era de "maconheiro".
 Sinto raiva dele porque foi tão negligente comigo, porque sempre me julgou tanto, porque fica enchendo meu saco que quer eu o visite e eu chego lá ele está bêbado e depois vem querer gritar comigo porque eu não quis ficar lá fazendo companhia para um bêbado e tenho ódio por ter de explicar que eu passei por isso, mas meu bebê não vai. Eu casei e escolhi um marido que nem beber bebe direito, isso eu escolhi para mim, agora esse cara negligente, julgador e bêbado eu não escolhi.
 Quando eu era criança eu chorava pensando em o que eu tinha feito de errado para ele me odiar tanto, pensando no que eu podia ser melhor para ver se ele começava a gostar de mim.
 Hoje em dia sou uma mulher feliz e realizada e ele gosta de mim e eu odeio ele mais ainda justamente por isso, quer dizer que tive que provar alguma coisa para ele começar a gostar de mim? Ele tem a audácia de dizer para mim que tive sorte de achar meu marido. Sorte? Sorte é ganhar na mega sena, isso é sorte, casar com alguém legal é merecimento, é construir uma relação no dia a dia, porque se você não cuidar do seu companheiro minha amiga, não existe sorte no mundo que constrói um casamento feliz.
Sinto raiva dele, sinto raiva da vida, do mundo porque eu queria que tudo tivesse sido diferente, queria ter sido mais amada pelo meu pai, mais valorizada, mais filha, será que é pedir demais?
Vejo que tenho raiva pelos textos que escrevo, pelo jeito que eu falo, parece que eu estou sempre brava e não é a verdade.
 Tenho ódio dele porque não aceitou que era uma criança, virei adolescente, depois uma moça...
 Ódio porque ele não aceitou as fases da minha vida, não entendia quando eu dizia que tudo seria na hora certa, tem a hora de ir para a escola, depois faculdade, fazer com os amigos, depois sair, ganhar a vida, trabalhar e depois casar e ter filho, mas tudo na sua hora. Tenho ódio dele dizer que tive sorte, eu não tive sorte, eu soube esperar a hora e a pessoa certa, simples assim, e foi no meu tempo e não tenho que o papaizinho negligente achou que seria.
 Sinto raiva dele porque foi minha vó que me sustentou na hora que ele que deveria me pagar a pensão e ele me tinha como uma rival, sempre tentando me lascar com minha vó, mãe dele, sempre tentando fazer de tudo para ela fazer menos por mim, sendo que ela simplesmente assumiu um papel que era dele.
Outro dia ele veio me perguntar se eu teria outro filho, falei que não sabia porque filho custa muito dinheiro e eu não vou ter outro filho e deixar faltar as coisas para meus filhos, por enquanto posso proporcionar tudo, mas se eu tiver mais filhos já não vai ser bem assim. Ele me disse, é filho custa mesmo, quer ver quando começar a pedir as coisas, Ipod, Ipad, etc..etc..
 Pensei comigo, de que filho ele está falando? Porque de mim não é, porque ele foi me dar um presente, ele mesmo, do dinheiro dele, foi no meu casamento, foi a primeira vez que ele me deu alguma coisa por conta própria. Que filho ele disse que custa muito dinheiro, ou espera , será que é só da minha irmã que ele está falando e ele esqueceu que eu também sou filha dele, que eu também tinha necessidades, que eu também queria as coisas e principalmente atenção dele, porque eu estou falando de dinheiro, mas não é com relação a dinheiro, e sim quero falar da ausência emocional, porque dinheiro nunca nos faltou, nunca nos faltou nada, não graças a ele, mas sim graças a mãe dele, minha amada vó.
  Esse vazio que me consome que me faz ter tanto ódio, tanta raiva, sinto raiva, queria falar isso tudo para ele, na cara dele, tenho vontade de gritar essas coisas para ele para ver se ele acorda para a vida.
 Nisso, paro e penso, para que? Que adianta, ele ainda vai vir com mil desculpas, mil coisas e não vai me entender mesmo e ainda vai achar que sou louca de pensar assim e vai gritar comigo do mesmo jeito de sempre.
 Ele não me quis, não me desejou e eu paguei o pato por isso, porque ele olhava para mim e falava, eu não te quis, você acabou com minha vida e eu ficava lá, sendo uma criança me culpando pelo fato dele não gostar de mim, achando que eu sempre estava fazendo tudo errado...
 Hoje em dia ele reclama porque eu vou pouco na casa dele, quando vou, vou embora logo, porque eu não ligo mais. Não tenho vontade, até porque ninguém mudou nada até hoje em dia.
 Esses dias minha irmã veio aqui em casa e eu não fui buscá-la no aeroporto porque meu marido estava trabalhando com o carro e mesmo que não estivesse eu não iria buscá-la porque tenho um neném de 1 ano e eu não pegar trânsito as 6 da tarde com minha neném, ficar 1 hora e meia no transito para buscá-la no aeroporto, sendo que ela vindo de táxi estaria no contra fluxo e no máximo em meia hora estaria aqui em casa. Meu pai ligou para saber e desligou na minha cara porque eu não busquei ela, a mãe dela me ligou no outro dia e ficou gritando comigo porque eu não quis ficar lá na casa deles aturando meu pai bêbado.
 Sinceramente, não tenho vontade nenhuma de procurá-lo... Por isso só procuro em ocasiões especiais para fazer meu papel de filha como deve ser feito...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Escravizando pessoas

Aproveitando o tema da novela que acabou, Salve Jorge, sobre escravidão de pessoas, lembrei da história de uma conhecida minha, vamos chamá-la de Ana Alice (nome fictício para preservar a identidade da conhecida).
Ana Alice estava desempregada, procurando emprego e não achava, era aqueles tempos difíceis, tinha uma vaga para 40, 50 pessoas, dependendo da cidade. Ela morava numa cidade pequena, mas bem evolúida.
Foi quando um tio que morava na capital falou para seu avô que precisava de alguém para cuidar das lojas dele, pois ele estava com três lojas, um escritório e não estava mais dando conta das coisas. O avô comentou, ah, a Ana Alice está precisando de emprego, porque não ela?
O tio de Ana Alice a chamou para trabalhar nas lojas, podia morar na casa dele, ia ter seu salário e tudo mais.
 Ana Alice foi toda feliz correndo, arrumou suas malas, beijou a todos os irmãos e foi contente pensando: "Ah, agora minha vida vai mudar, vou conquistar tudo o que sempre quis, vou trabalhar, ganhar meu dinheiro e conquistar a liberdadee felicidade que sempre quis."
 Primeira semana, tudo lindo, maravilhoso, Ana Alice ficou responsável por duas lojas do tio, tinha que vender, limpar a loja, fazer caixa, etc... Nesse tempo ficou hospedada num apartamento que o tio tinha perto  das lojas, era temporada de verão.
Passou-se um tempo, o tio e a tia falaram que ia  matricular Ana Alice numa escola de comissários de bordo, que eles pagariam, ela ficaria hospedada agora na casa deles que era pertinho da escola, ela trabalhava de dia, passava em casa, tomava banho, colocava o uniforme e ia para a escola para depois ter uma profissão, esse curso duraria 4 meses.
A tia levou ela ao shopping, comprou um terninho, 2 camisas, um sapato, uma meia-calça e disse para Ana Alice que esse era o uniforme para ir, depois comprava outro, pois bem...Foi pensando nisso que comecei meu questionamento sobre a "escravidão", no caso na Ana Alice, não considero escravidão, pois é muito forte, tem máfia e etc..., mas não deixa de ser um tipo de escravidão? Vou explicar porque comecei a pensar nisso...
Ana Alice começou o curso e já estava lá a mais de 2 meses, e até então eles não deram 1 real sequer de salário para Ana Alice, alegando que estavam pagando a escola e que ela estava morando na casa deles. Só que ela disse que não tinha comida, comida assim para ea comer, ela meio que tinha que se virar, nem lembra como, mas eram raras as vezes que faziam comida, ou às vezes iam comer alguma coisa em alguma lugar.
Ela disse que uma vez pegou 5 reais do caixa para comprar um doce, para ela comer a tarde na loja e reclamaram... Só que assim, como alguém trabalha em 4 lugares diferentes, ela fazia trabalho de office boy no escritório às vezes tambèm e não é registrado, nâo recebe um 1 real sequer, é estranho né?
Depois ela me disse que ela não podia sair, trabalho, casa, casa, curso, casa, trabalho, ela falou que ia comer uma pizza com o pessoal do curso a tia disse que nunca que ela poderia sair de casa, era casa e trabalho e sabe quantos anos ela tinha? 20, pois é, qual o problema de uma moça de 20 anos sair com o pessoal do curso e chegar mais tarde em casa, diz que a tia veio com o papo que não deixava a filha sair, a Ana Alice que não, mas peraí, a filha diz que tinha 12 anos no máximo e a coitada da Ana Alice tinha 20. Idade que as pessoas costumam sair, se divertir, comer um pizza e ainda por cima ela não tinha dinheiro para ir na pizzaria, mas o pessoal já tinha dito que pagava...
Com o tempo a Ana Alice pediu para sair de novo, a tia disse que ela podia sair, mas não podia voltar para casa, se ela saísse, ela que arrumasse lugar para dormir, pois na casa dela ninguém chegava tarde.
Gente, isso não é um tipo de escravidão para uma pessoa? Vamos melhorar a palavra, acho que é abuso de poder nesse caso, né?
A Tia cobrava dela que ela tinha que ter dinheiro se quisesse as coisas, mas ela trabalhava para eles e nunca recebeu um real, de onde essa menina ia tirar o dinheiro gente do céu.
Ana Alice começou a sair com o pessoal, dormia na casa das meninas que faziam curso, isso que as meninas moravam ao lado da tia, que coisa mais patética, não é?
Enfim, Ana Alice se formou, voltou para a cidade dela, arrumou trabalho, depois foi morar fora, mas sozinha, recebendo, tem uma família maravilhosa e tudo deu certo, nunca virou comissária, isso foi idéia de dos tios, não tem nada a ver com ela...
Finalizando, ela trabalhava o dia inteiro, em três lojas diferentes e um escritório, ia para o curso a noite, comia o que tinha, nunca recebeu um real sequer de salário e não podia sair de casa para se divertir, isso é no mínimo abuso, né?