domingo, 3 de agosto de 2014

Quanto custa ser da moda e estar na mídia?

 Lendo uma reportagem sobre o quanto as blogueiras da moda pagam para ter um site da hora, legal de ver e quanto pagam para manter esse site e ter uma consultoria comecei a me questionar sobre meu blog. Elas pagam R$15000,00 para um cara que é super inteligente e entendido de sites para deixar o blog bacanérrimo, para que as pessoas tenham vontade de ver e até R$1000,00 mensais para a manutenção.
 Eu adoraria ter uma consultoria especializada e deixar meu blog mais profissional e super hiper lindo e mega chique para olhar, mas me questionei bem e na verdade eu não queria não.
 Abri o blog para acompanhar minha trajetória justamente contrária à maré dessas meninas lindas que tem esse blog, mas que mostram uma realidade que não faz parte da minha vida e nem da grande maioria das mulheres. Quem tem R$15000,00 para pagar num vestido, sei que muita gente têm, mas essa não é a realidade da maioria.
 Sou viciada em roupas e adoro ver esse blogs, mas sei que isso não condiz com a realidade da grande maioria das brasileiras, vai ver que até por isso essas meninas fazem tanto sucesso, elas podem comprar o que não podemos, podem ir em lugares que não podemos, podem fazer coisas que nunca poderemos fazer, quem sabe em outra encarnação...
 Vendo essa reportagem sobre o quanto custa financeiramente ter e manter um blog desses, minha primeira reação foi de achar meu blog tão simples, não sei nem mexer direito, digito, tento editar e arrumar, mas minha capacidade para mexer nessas coisas tem limite, sei fazer algumas coisas até certo ponto e sinceramente eu jamais pagaria qualquer um real que fosse para arrumar e manter meu blog, pois se minha proposta é exatamente economizar, fazer algo meu e sair da futilidade como poderia eu pensar em pagar alguma coisa para ter um blog mais bonito?
 Muito estranho quando entramos nessa trajetória anti consumismo, começamos a ver as coisas com outros olhos, acredito que a 2 anos atrás, quando eu ainda nem tinha começado eu meu blog, se eu visse uma reportagem dessas, era capaz de eu pensar na mesma hora em contratar o tal profissional para ter o melhor, mas onde entra meu trabalho nisso, onde entra a proposta de escrever um blog, fazer um diário do próprio punho?
 Depois de tanto ler Conrado Navarro, André Massaro, Ricardo Pereira, Rodolfo Amstalden, Roberto Altenhofen, Mario Sergio Cortella, Patricia Lages, Seiiti Arata, enfim, uma infinidade de economistas e pessoas ligadas a finanças pessoais, investimentos e mudança de comportamento, esses caras fizeram uma lavagem cerebral tão grande em mim que comecei a mudar totalmente minha visão do que é lindo e do que chega a ser cafona de tão fútil e desnecessário.
 Sei que entrei nessa empreitada de economizar e estou buscando conhecimento para isso, pois eu achava que era chique gastar e ter as coisas, mas agora estou vendo e inclusive mostrando que é fácil ficar lindo e comprar roupas maravilhosas, o ruim mesmo é pagar.
 As pessoas mostram os sorrisos estampados, os sapatos do solado vermelho, as viagens para Paris, a bolsa de dez mil reais, mas não mostram quanto custou ter tudo isso, quanto pagaram nisso, que são herdeiras, tem patrocínio, começam a ganhar coisas, e nós pobres mortais ficamos infelizes, tristes, pois não podemos acompanhar tudo isso, não temos como pagar por isso.
 Ninguém mostra a fatura do cartão de crédito vencida, ninguém fala dos cheques que voltaram, ninguém fala do nome que ficou sujo pois não teve como pagar a prestação, ninguém fala que comprou um sapato em 25 vezes só porque queria se sentir na moda e quando fala acha que é normal ficar endividada para satisfazer uma vontade de consumo. (Não é o caso dessas blogueiras, que já nem estou mais falando delas, pois são todas herdeiras e quando gastam 15000 num vestido não faz diferença nenhuma na vida delas pois elas tem esse dinheiro, se eu tivesse essa grana quem sabe também compraria).
 Só que depois dessa empreitada que entrei, acredito que nunca mais serei a mesma que pensei que seria, que quando as coisas se estabilizarem não vou mais sair gastando dinheiro adoidado como eu achei que faria, agora estou descobrindo que podemos investir, que podemos guardar, que quando pagamos alguém com nosso dinheiro, esse dinheiro não é mais nosso, mas se investirmos (poupança, fundos, bolsa), aí sim esse dinheiro é nosso.
 Lembro que eu gostava tanto de coisas, de roupas, que eu via as roupas e começava a ter um troço, não que eu não tenha mais, pois adoro ver coisas bonitas, mas descobri que gosto de coisas bonitas, que sempre gostei de arte, e que às vezes as coisas são como esses quadros lindos que vejo nos museus e galerias que vou, são lindos, maravilhosos, mas não podem ser meus, mesmo se eu tivesse dinheiro...


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