sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Que semana! Dia 62 Detox de gastos!

 Tem semanas que penso que simplesmente não precisariam existir, mas dizem que tudo tem um porque e nada acontece por acaso, não sei de mais nada, tenho que me apegar nisso para não surtar!
 Terça fui almoçar com minha amiga como já contei para vocês e blaft! um dos meus filhos cai na espera do restaurante num negocinho que tinha lá de enfeite e paft, machucou a mãozinha, nada muito grave, mas machucou e está até agora dizendo que a mãozinha dói toda vez que olha o machucadinho. No final do almoço eu tento ajudar a descer da cadeirinha e paft! com a boca na mesa, nada de grave, mas machucou a boquinha, neném bateu e eu fico me sentindo a mais incompetente das criaturas pois não tenho a capacidade de evitar que as crianças se machuquem, ok, passou, tudo certo.
 No outro dia vou à igreja rezar, acender uma velinha. Na praça no pátio da igreja encontramos outras duas crianças que estavam lá com a babá. Meus filhos ficaram brincando com as outras crianças, quando eu já estava quase indo embora, depois de falar um milhão e meio de vezes para o neném sair da escada e tirar de lá porque ia cair e se machucar, pisquei e só escutei, nhemmmmmm, olhei o neném com a testa no degrau caído, ficou parecendo um unicórnio e ainda por cima o nariz todo ralado, que desespero. Dizem que maternidade e culpa andam juntas e eu não entendia, agora eu entendo o que é culpa, coisa que eu nunca tinha sentido antes de ser mãe... Sei que não conseguia parar de me culpar, de me sentir uma tremenda de uma incompetente, me sentido a pior criatura da face da terra, pois não consigo evitar que meus filhos se machuquem. Todo mundo me fala, não, é assim mesmo, criança cai e se machuca e blablabla, mas fala isso para meu subconsciente, ele não entende isso. Tenho certeza que a culpa é minha, fico voltando e voltando no dia pensando que se eu não tivesse virado o rosto naquele momento ele não teria caído, noite de insônia, terror total, medo daquele galo explodir o cérebro do meu neném, medo dele não acordar no outro dia, me culpando. Lembrando das nóias que tenho, sempre acho que eles vão cair de sacadas ou de janelas (dentro de casa até fico tranquila porque tenho redes de proteção, mas quando saio por aí...), no apartamento novo então, fico o tempo todo encanada com medo que eles vão se jogar de lá antes de eu colocar as redes, porque lá é mais alto, que loucura!
 Enfim, no outro dia sai eu correndo levar neném na pediatra de ônibus, pois marido foi viajar a trabalho com o carro, não tem nada demais, a maioria das pessoas tem que fazer isso, mas eu sempre vou com o carro ou de táxi, mas no momento eu não tenho dinheiro para pegar um táxi e também não era urgente, urgentíssimo, sei lá, aquelas coisas que passam na cabeça da gente, ai, eu não queria mais passar por isso, eu não tinha que andar de ônibus com as crianças, eu tinha que ter isso, aquilo, eu não devia ter deixado elas cairem, enfim, cabeça da gente é armadilha para sanidade.
 Quinta não aconteceu nada demais, aí hoje fui na terapia, última sessão que o convênio liberou no momento, não tenho mais como pagar, fui para me despedir da Doutora. Pretendo voltar pois acho que ajuda muito nesse processo de auto conhecimento que estou, ela abre os olhos para coisas que eu não sabia, enfim, última sessão, tudo beleza, desci, entrei no carro (fui sozinha, marido já tinha voltado de viagem e se propôs a ficar com as crianças de manhã para matar a saudade), saindo o que acontece, um senhor amado e adorado, vcs não imaginam tudo que tenho vontade de chamar ele, melhor ficar no amado, enfim, senhor pegou e PAFT, RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR, enfiou o bendito carro na lateral esquerda frontal do meu carro, e ainda desceu cheio de razão dizendo que a culpa era minha. Falei, chama a polícia, vamos fazer BO, afinal de contas o senhor que jogou o carro em cima de mim, olha o que o senhor fez.  Perdi minha razão, dei uns gritos daqueles de barraqueira, rodei a baiana, pois o dito cujo queria teimar que estava certo. Acho que eu já estava tão tensa de tudo, e só esse ano é terceira vez que batem em mim, que acabei descontando no coitado. Meu marido fala que eu que sou barbeira e distraída, mas não foi culpa minha essa e mais duas, teve uma que foi mea culpa, aquela que eu estava no celular e dei um totó no carro da frente, mas hoje, hoje, hoje, não fui eu!!!
 Olha mamães, que fase, que zica, que semana, que vida, estou parecendo a hiena que ficava oh céus, oh vida oh azar, mas olha, está difícil, eu quero um dia bom, só um!!!!!! Será que é pedir demais? Tem horas que acho que é.
 Entro nas loucuras de achar que a culpa é minha, estou fazendo alguma coisa para merecer isso, o que eu estou fazendo que está acontecendo tudo errado comigo?
 Será que é porque não tenho paciência às vezes, porque tem horas que não aguento mais ouvir a voz das crianças, porque reclamo tanto da vida, porque às vezes eu tenho vontade de sair correndo pois está tudo muito pesado, será que é porque estou infeliz e estou sendo castigada pois eu tinha que ser a mulher mais feliz desse mundo, afinal tenho uma família? 
 Essa angústia de dentro de mim que não sai mais, o que faço com isso, quando penso que vou tirar a angústia, que estou tentando ser uma pessoa melhor. Não grito mais, não perco mais a paciência, estou economizando, cozinhando, essa semana consegui acertar um bolo de cenoura pela primeira vez, acho que já fiz uns 20 e nunca deu certo,  faço todo o serviço doméstico sem reclamar, acontece alguma coisa ruim e me deixa chateada, só quero um dia levantar e ir dormir e dizer: Hoje eu fiz tudo certo, hoje deu tudo certo, dia perfeito, vida perfeita...

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