sábado, 3 de agosto de 2013

Chique é comprar à vista.

 Dia 5 chegando... Já dá para providenciar todas as coisas para acertar durante a semana. Acabei de comprar um livro no boleto à vista e começo a descobrir os meus erros...
 Quero comprar A vingança veste Prada, que é a continuação do Diabo veste Prada que amo e já li e reli milhões de vezes, adoroooo!!! Só que o que estou precisando realmente ler é um que se chama Dinheiro é um Santo Remédio e está bem baratinho, nem 20 reais.
 Sei que fui no foco para comprar o Dinheiro é um Santo Remédio, já achei um do Nietzsche bacaninha e já vi um de etiqueta... Sei que no final ia dar quase 100 reais a conta... Fala sério dona Mamãe Consumista, eu com 4 cheques devolvidos, sendo que tenho que acertá-los primeiro, aquele bendito empréstimo que me tira o sono e o fato de nunca ter um real disponível na minha carteira e pensando em gastar 100 reais em livros... Hein?
 Sim, eu mereço um livrinho com certeza... Só que eu quero esse sobre dinheiro para quem sabe dar uma luz na minha cabeça e eu parar de gastar dinheiro à toa. E nisso de comprar um livro para me conter com gastos eu penso em comprar mais 2 para "aproveitar o frete", a oportunidade, o dia. Na hora o que passa na cabeça é que os livros vão sair correndo, não sei, ou que vou esquecer depois, mas que bom se eu esquecer, significa que não era tão importante.
 A vingança veste Prada com certeza não irei esquecer, até porque sou fissurada, mas deixa para comprar depois, até porque é uma pré venda que está rolando e eu iria gastar um dinheiro que não tenho agora para receber somente após o dia 28 de agosto, que é a previsão do lançamento.
 Ainda bem que estou conseguindo respirar antes de comprar e consegui comprar só o livrinho de 20 pila que depois conto para vocês se ajudou realmente.
 Sempre achei que era chique comprar, gastar, ter zilhões de roupas e sapatos, sempre estar com um vestido novo nas festinhas, sem repetir. É chique isso sim, desde que não me enrole toda e acabe no cheque especial e pagando juros sem fim por parcelar. Chique seria comprar a vista.
 Pensa que delícia, ter o dinheiro na carteira, tirar e pagar. Isso seria o certo e normal, mas como uma boa mamãe consumista tentando economizar eu estou sempre enrolada em cheques prés, em empréstimos, em pendurar, botar na conta. Nem consigo me lembrar quando foi na vida que eu não estive devendo para alguém, acho que comecei nesse consumismo desde os 20 anos quando comecei a ganhar meu dinheiro trabalhando.
 Cheguei a conclusão que chique mesmo é ter dinheiro na carteira, no banco e ter poder de compra e não crédito.
 Lógico que carro, apartamento são coisas que tem que financiar porque só quem é rico, muito rico compra essas coisas à vista, nós pobres mortais temos que financiar para ter alguma coisa na vida.
 Só que bolsa, sapato, vestido é inadmissível, mas é quase que normal aqui, temos uma cultura de parcelamento, um costume de colocar tudo no cartão, de passar cheque pré e depois ve como é que paga, o que importa é adquirir o bem, como vai pagar é outra história.
 Está tudo errado, vi que o que eu fiz nos últimos 15 anos da minha vida está tudo errado, sempre achando que o dinheiro teria que se adaptar a meu bolso, sempre achando que o chique era mostrar que podia comprar, sair da loja com a sacolinha bonita, chegar em casa com a roupa com etiqueta e encontrar o pessoal sempre de roupitcha nova.
 Acontece que eu não estou me sentindo mais chique faz tempo, vou num lugar, todo mundo elogia minha roupa, meu sapato, a maquiagem, me sinto linda, mas lá fundo, no fundo o grilo falante fala na minha orelha: "essa roupa nem está paga ainda", "estás devendo", "olha o limite do cheque especial", "que adianta sair linda e devendo".
 Estou meio noiada assim desse jeito, mas na verdade acho bom porque eu nunca pensei assim desse jeito, eu só pensava que estava de roupa nova, todo o terremoto que atingia minha conta bancária nunca me atingiu. Só me atingia quando chegava as cartinhas de banco avisando, ligando para saber quando eu vou acertar.
 Fora as unhas roídas (que já não roo mais), a Tricotilomania que desenvolvi, a gastrite e a esofagite, os anos que tive insônia, hoje em dia não posso mais me dar ao luxo de ter insônia porque mãe tem que dormir quando dá e dorme porque o cansaço é enorme.
 Minha terapeuta dia que não gosta do tipo de livro "O Poder do hábito" que estou lendo e falei para vocês que estou amando, ela acha que são técnicas superficiais, que só trata por fora, no caso os hábitos ruins que desenvolvi, mas não trata a raiz do problema que veio da infância.
 Ok, ok doutora, mas acontece que está difícil descobrir que trauma é esse e estou afundada no cheque e empréstimo, minhas unhas estão horríveis e meus cabelos também, preciso de um estímulo rápido antes que tudo se afunde.
 Por isso estou amando o livro, estou criando hábitos saudáveis, não mexo mais nas unhas, não estou mais comprando por impulso e nem arrancando meus lindos cabelinhos.
 A conclusão que cheguei essa semana (acho que livro ajudou a abrir minha cabeça) é que eu não posso descontar minhas tristezas e frustrações em coisas que vão me dar mais tristezas e mais frustrações. O marido me encheu o saco e estou até com dor de cabeça não significa que posso chegar lá e gastar para aliviar a tensão, porque o pepino que vem depois é bem maior e me destrói. O pepino chegou, não posso roer a unha para mostrar minha ansiedade, porque eu já estou devendo mesmo e ainda por cima com unha roída...
Não é porque tenho frustrações na vida que tenho que arrumar problema para curar momentaneamente meu ego doído, depois ele fica muito pior.
 Chique é comprar à vista, adeus parcelas, empréstimos, cheques pré, só no dinheiro.
 Um dia de cada vez, hoje foi mais lindo dia para economizar e é assim que vou guardar minha graninha e pagar as dívidas.
 

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